por Kennyo Ismail | jan 12, 2018 | Simbologia
A Escola No Esquadro inspirou-se na iconografia do Rito Escocês Antigo e Aceito ao desenvolver seu brasão, o qual é formado por uma coruja de asas abertas, cujas pontas apontam para cima; tendo acima de sua cabeça o chamado Olho da Providência. Suas garras estão sobre uma espada decorada com uma fita pendente, desde a base de sua lâmina até próximo da ponta. Na fita, lê-se “LUZ NA MAÇONARIA”. Abaixo, aparece seu nome distintivo: Escola No Esquadro.
Tomando a coruja por elemento central, tem-se a transmissão de seu significado simbólico de conhecimento, inteligência e sabedoria, diretamente relacionados ao conceito educacional. Sabe-se que na mitologia grega, Atena, deusa da sabedoria, possuía uma coruja de estimação que também a representava simbolicamente. Os romanos renomearam Atena como Minerva, dando à sua coruja um papel protagonista em sua história.
Muito se pode refletir sobre a escolha da coruja como símbolo do conhecimento. Como um animal noturno, a coruja está ativa, atenta e observadora. Trata-se da habilidade de enxergar o oculto, explorando a mínima luz em plena escuridão. Não seria à toa que os gregos utilizavam do termo “gláuks” para se referir à coruja, que significa “cintilante”, ou seja, que irradia luz.
As asas da coruja aberta, com as pontas voltadas para cima, transmitem a ideia de alçar voo, ou seja, de ascender-se, simbolizando a elevação, o desenvolvimento, a evolução intelectual e moral do maçom por meio da educação maçônica, dessa busca de luz na Maçonaria.
E logo acima da cabeça da coruja está o Olho da Providência, ilustrado pela forma tradicional, que também é a adotada pela Maçonaria: contido em um triângulo. Está presente como um lembrete de que a evolução é um ato de aproximar-se Dele, o Grande Arquiteto do Universo, que emana toda a Luz. Assim, a ascensão é em Sua direção, sabendo-se que não se pode alcança-Lo, como se fosse possível alcançar a perfeição, mas deve-se sempre evoluir, aperfeiçoar-se. O Olho da Providência também nos recorda de que a Maçonaria é uma ciência de moralidade eminentemente teísta, em que a busca da verdade e a fé são compatíveis e, em muitos sentidos, entrelaçam-se e interagem entre si.
A espada sob as garras da coruja simboliza a luta do maçom em busca de conhecimento (luz) contra a ignorância, a intolerância e o fanatismo, três inimigos da sabedoria que leva à verdade. E a fita pendente que a decora, inscrita com o moto da Escola No Esquadro, “Luz na Maçonaria”, faz menção à simbologia da busca por luz para ilustrar a busca da verdade, simbologia essa muito bem explorada pela Maçonaria.
Por fim, seu nome distintivo, “Escola No Esquadro”, remonta a esse termo, tão comumente presente nos escritos maçônicos: “no esquadro”, tradução do termo em inglês “on the square”. O termo “no esquadro” está relacionado ao que é correto e à confiança, já que uma peça no esquadro significa uma peça feita corretamente, que pode servir como base e modelo para outras peças, e devidamente utilizada na construção. Assim, um maçom que está “no esquadro” é honesto e confiável, podendo servir como modelo a ser seguido dentro e fora da Maçonaria.
O nome “Escola No Esquadro” é apresentado em uma grafia que tem por característica a presença de vários ângulos retos, o que harmoniza com o nome, considerando que o esquadro é a ferramenta que proporciona tal ângulo; e passa a ideia de solidez pela largura de seus traços ilustrados como fortes linhas retas, o que também harmoniza com o significado maçônico do termo “no esquadro” de honestidade e confiança, ou seja, de retidão, que é uma base forte para qualquer construção, em especial as sociais.
Kennyo Ismail
P.S.: A arte do brasão foi desenvolvida pelo Irmão Cássio Xavier, que teve a capacidade de elaborar o design com base nos conceitos e ideias apresentados, e a paciência para atender todos os pedidos de testes e modificações. Registramos aqui o nosso mais sincero agradecimento.
por Kennyo Ismail | dez 8, 2017 | Notícias
No dia 1º de junho deste ano, tivemos a felicidade de anunciar o lançamento da Escola No Esquadro: a plataforma de cursos online de Maçonaria no Brasil, seguindo o modelo de educação organizacional ou corporativa, e tornando o conhecimento maçônico mais acessível a todos os irmãos.
O primeiro curso lançado na plataforma foi o de Introdução à Maçonaria, em fase beta, cujo objetivo é de nivelamento de conhecimento dos conceitos básicos da Maçonaria a serem utilizados em outros cursos, de forma a possibilitar um melhor desempenho na aprendizagem. Seu conteúdo é excelente, e surpreende até mesmo os maçons mais experientes e estudiosos.
Então, nesses últimos seis meses, recebemos o feedback dos alunos e com isso aprendemos muito e pudemos corrigir e melhorar a plataforma em muitos aspectos. O resultado já pode ser visto no novo curso que acaba de ser lançado, de História da Maçonaria no Brasil, cuja qualidade audiovisual ficou nitidamente melhor.
Como costumo dizer, “a Maçonaria que não conhece a sua história está condenada a repeti-la”. O curso de História da Maçonaria no Brasil apresenta interessantes informações sobre a atuação da Sublime Ordem maçônica em território nacional, atravessando três séculos de história, nos quais se verá, desde o período pré-independência até o despertar maçônico brasileiro nestes primeiros anos do século XXI, evidenciando como os acontecimentos no Brasil e em sua Maçonaria se inter-relacionam. Entre os temas abordados no curso, tem-se:
- Maçonaria brasileira antes de 1822
- Fatos relevantes de 1822
- O Dia do Maçom
- De 1831 a 1888
- 1889 e a Proclamação da República
- A fase socialista do GOB
- O Alerta Inglês à Maçonaria brasileira
- A Cisão de 1927
- Maçonaria na Era Vargas
- Maçonaria na Ditadura Militar
- A cisão de 1973
- Os diferentes lemas maçônicos
- Perspectivas para o Século XXI
O aluno, além das vídeo-aulas e da apostila do curso, precisa responder questões objetivas online e, quando aprovado, é gerado um certificado de conclusão. Muitos outros cursos estão sendo desenhados e desenvolvidos nas mais diferentes áreas de interesse, dentre gestão, história, filosofia e simbologia maçônica. Mas o mais importante é que essa plataforma está aberta a todos os professores qualificados e instituições maçônicas e paramaçônicas regulares interessadas em desenvolver e disponibilizar cursos aos seus membros. A Escola No Esquadro é de todos vocês.
por Kennyo Ismail | nov 21, 2017 | Notícias
Os altos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA são administrados por um Supremo Conselho, podendo haver apenas um Supremo Conselho do REAA reconhecido internacionalmente por país, com exceção dos Estados Unidos, que convencionou-se, desde as primeiras conferências mundiais de Supremos Conselhos, o reconhecimento de seus dois Supremos Conselhos, Jurisdição Sul e Norte, já que não competem em território/jurisdição, coexistindo e reconhecendo um ao outro. O da Jurisdição Sul é o primeiro do mundo e o maior, abrangendo 35 estados dos EUA, enquanto o da Jurisdição Norte abrange os outros 15, que ficam ao leste do Rio Mississipi e ao norte do Rio Ohio (daí sua delimitação e nomenclatura).
Enquanto o Supremo Conselho da Jurisdição Sul tanto se orgulha do mais célebre membro e dirigente em sua história, Albert Pike; o da Jurisdição Norte se orgulha exatamente do contrário: de seus graus terem sido preservados, não tendo sofrido as modificações implementadas por Pike e aquelas consequentes dessas. E, apesar de eternamente condenado a ser menor que o “irmão mais velho”, o Supremo Conselho do Norte também se orgulha de ter em sua jurisdição importantes estados maçônicos, como New York, Pensilvânia, Indiana, Illinois e Massachusetts.
Recentemente, um novo Soberano Grande Comendador (presidente), o Irmão David Glattly, assumiu a gestão do Supremo Conselho da Jurisdição Norte e tem implementado uma série de inovações que têm agradado seus membros. Desde um novo website, oferecendo uma série de recursos e uma área de acesso restrito a membros, informatizando muitos processos e permitindo facilidade no acesso a informações; até um novo programa educacional maçônico: a Academia dos Altos Graus.
Composto por três níveis, o programa online, restrito aos membros investidos no grau 32, foca na aprendizagem do conteúdo dos graus 04 ao 32 do REAA, versão da Jurisdição Norte.
No primeiro nível, o conteúdo simbólico e filosófico desses 29 graus é aprofundado e o aluno precisa alcançar média ao responder uma série de questões de múltipla escolha. Pode-se repetir o teste até passar, mas as questões são randomizadas, ou seja, não serão as mesmas.
No segundo nível, com orientação de membros de um conselho consultivo, o aluno deverá escolher 09 graus dentre o 4º e o 32º para se aprofundar e escrever ensaios teóricos sobre cada um dos escolhidos.
Então, no terceiro e último nível, o aluno desenvolve, com o apoio de um orientador, um artigo acadêmico, com não menos do que 2.500 palavras, sobre tema de sua escolha, desde que relacionado com o REAA. Os trabalhos aprovados serão publicados em um anuário do Supremo Conselho (algo similar ao Heredom, do Supremo Conselho da Jurisdição Sul) ou na revista do Supremo, a “Nothern Light” (similar à “Pumbline”, também da Jurisdição Sul).
Os alunos recebem um certificado ao final de cada nível e, ao serem aprovados em todos os níveis, é concedido aos mesmos uma comenda da Academia dos Altos Graus. O programa conta ainda com leituras complementares e recomendadas. Enfim, como um típico curso de extensão ou curso de educação corporativa.
Por que estou contando isso? Porque esse tipo de programa é uma realidade há décadas na Maçonaria de países como Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, e até mesmo Cuba e Costa Rica. E, apesar de tardiamente, a maçonaria brasileira tem se despertado para a educação maçônica. Eventos como o recente Congresso Internacional de Ciência & Maçonaria e publicações acadêmicas como a Revista Ciência & Maçonaria tem surgido; assim como cursos de pós-graduação, como o de História da Maçonaria da UnyLeya e o de Maçonologia da Uninter, ou os de educação corporativa como os da Escola No Esquadro; e, aos poucos, uma nova literatura maçônica brasileira, forjada com mais referências e rigor, vai se desenvolvendo.
Entretanto, nesse período de transformação, é comum que alguns membros brasileiros se assustem com tais inovações, rechaçando-as, acusando-as de estarem desfigurando a Maçonaria. É mister observar que a evolução na educação maçônica em nada modifica a Ordem Maçônica em si, seus ritos, rituais, graus e práticas. Pelo contrário, proporcionar novas e mais eficientes formas de se estudar a Maçonaria em todos os seus diferentes aspectos (história, filosofia, linguística, etc.) é a melhor forma de garantir que suas formas, além de preservadas, sejam compreendidas, enquanto que a ignorância e a prática vazia são os alicerces das modificações sofridas e a sofrer.
Que a maçonaria brasileira possa se motivar ainda mais nesse sentido, com mais esse exemplo vindo de nossos irmãos do Norte (e nesse caso, da Jurisdição Norte da América do Norte). #ficaadica
por Kennyo Ismail | out 16, 2017 | Crítica literária
Primeiro volume de uma trilogia, “Um Clone para Deus: O Caos sobre a Ordem” é um thriller de ficção e aventura que tem como cenário inicial a comemoração do centenário da Ordem DeMolay, fraternidade juvenil patrocinada pela Maçonaria e que completará seus 100 anos em 2019. Em seu enredo, temas como clonagem, DeMolay, Maçonaria, Templários e crime organizado se cruzam em meio a invasões, sequestros, lutas e perseguições, num ritmo de tirar o fôlego.
Numa narrativa repleta de humor, suspense, tensão e adrenalina, o autor consegue levar o leitor a interessantes locais turísticos espalhados pelo mundo, enquanto dá pequenas aulas de história, linguística e filosofia, ocultas em diálogos interessantíssimos entre personagens muito bem caracterizados e com os quais chega a ser impossível não se conectar.
Leitura recomendada não apenas aos amantes de teorias da conspiração ou das ordens DeMolay e Maçônica, mas a todos os interessados numa excelente obra de ficção!
Segue uma breve sinopse, pela qual se pode ter uma ideia do que encontrar no livro:
A notícia do roubo do Sudário de Turim para fins de clonagem chama a atenção de todo o mundo, em especial da Maçonaria, acusada publicamente de ser responsável pelo crime. O fato desencadeia manifestações em vários países, com a formação de grupos a favor e contra a clonagem de Jesus.
Uma equipe formada por um professor brasileiro, um lobista americano, um hacker filipino e um mochileiro italiano é criada com a missão de descobrir os verdadeiros responsáveis e entregá-los às autoridades policiais, limpando assim o nome da Maçonaria.
A partir daí, eles iniciam uma busca frenética, uma corrida contra o tempo, com passagens por Kansas City, Turim, Edimburgo, Paris e Lisboa, e envolvendo invasões, sequestros, lutas e perseguições.
Um fim inesperado, que pode mudar o mundo ocidental como o conhecemos, ocorre numa favela do Rio de Janeiro.
Você encontra o livro, impresso e digital, na loja virtual da Livraria Cultura (clique aqui) e em várias outras livrarias físicas e virtuais. Em Portugal, recomendo a aquisição do livro via loja virtual da Chiado Editora (clique aqui). Você também pode adquirir o e-book, versão para kindle, na Amazon (clicando aqui).
por Kennyo Ismail | set 14, 2017 | Notícias
Em 1920, a maçonaria brasileira mantinha, pelo menos, 22 bibliotecas públicas. Essas bibliotecas desapareceram após a Era Vargas, que tratou de perseguir a Maçonaria pelas razões expostas no artigo “Quando o Grande Oriente do Brasil era socialista”.
Ainda após a Era Vargas, a Maçonaria brasileira se dedicou às questões internas (sim, ao umbigo), a cisões e eleições (não necessariamente nessa mesma ordem), e a sobrevivência durante a Ditadura Militar. Ninguém se lembrou das bibliotecas.
Em outros países, bibliotecas públicas maçônicas são uma realidade secular e servem de vitrine e prestação de serviço perante a sociedade daquele famoso compromisso maçônico de busca da verdade. Em Washington, DC, capital dos Estados Unidos, a biblioteca pública mais antiga da cidade é maçônica, e isso se repete em inúmeras localidades daquele país, onde Maçonaria é sinônimo de caridade + conhecimento.
Essa dedicação maçônica ao repositório e disponibilidade de conhecimento, proporcionando ferramenta útil ao estudo e à pesquisa, não é estritamente anglo-saxônica: a Biblioteca do Grande Oriente da França, fundada em 1838 e, desde então, pública, recebe milhares de visitantes por ano, sendo que mais de um terço não são maçons, mas estudantes e pesquisadores.
Só para esclarecer, estamos falando de biblioteca pública, com livre acesso aos chamados “profanos” desejosos de pesquisar algum aspecto da ordem maçônica ou mesmo conhece-la um pouco melhor. Algo totalmente diferente de bibliotecas restritas a maçons, ou mesmo as “pseudopúblicas”, cujo acesso é dificultado a não maçons que, quando ousam vencer essas barreiras, deparam-se com um acervo cuja maioria das obras é restrita, sobrando apenas um pouco mais de uma dúzia de obras “acessíveis”.
Temos no Brasil dezenas de Grandes Bibliotecários e seus Adjuntos, cuja missão, obviamente, é uma biblioteca. O sujeito sem o objeto é tão estranho quanto imaginar um Venerável Mestre sem Loja. Pelo menos, deveria ser. Mesmo assim, até mesmo as bibliotecas restritas a maçons ainda são pouquíssimas no país, como pudemos ver no artigo “Porque a Maçonaria Brasileira está perdida”. Isso precisa mudar.
E parece que já está mudando. No último dia 11 de setembro, a Grande Loja Maçônica do Distrito Federal – GLMDF, inaugurou a “Biblioteca do Aprendiz”, que está aberta a todos os interessados, maçons ou não. Com um acervo de mais de 2 mil obras, entre livros, revistas e objetos estritamente maçônicos, num espaço reformado e decorado especificamente para seu funcionamento, os frequentadores da biblioteca têm acesso a obras antigas e atuais, brasileiras e do exterior, e podem realizar seus estudos e leituras em mesas individuais, numa área climatizada, cujo teto está pintado com uma belíssima abóbada celeste, contendo gravações de símbolos maçônicos, sobre um piso em pavimento mosaico com orla dentada.
Em expositores, vê-se as primeiras edições das principais revistas maçônicas do século passado; os últimos tratados de reconhecimento assinados pela GLMDF; uma coleção completa das edições históricas da Astréa, revista do Supremo Conselho do Grau 33, de janeiro de 1927 a dezembro de 1930, que narram o processo que deu origem às Grandes Lojas brasileiras; uma linha do tempo dos rituais dos graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito, desde a primeira edição de Mário Behring, de 1928, até os dias atuais; as antigas constituições das primeiras Grandes Lojas e o primeiro Boletim emitido pela CMSB; uma coleção de selos maçônicos emitidos pela ECT; e exemplares de livros de autores renomados dedicados aos frequentadores da biblioteca.
Ao que tudo indica, o trabalho está apenas começando, o que incluirá a aquisição constante de novas obras, incluindo raras, a digitalização de publicações e documentos históricos e o desenvolvimento da Biblioteca Virtual do Aprendiz.
Parabéns a todos os envolvidos, desde Aprendizes, que realizaram eventos para angariar fundos para o projeto, até a Alta Administração, em especial ao Grão-Mestre, por abraçar essa importante causa. Eu não poderia esperar algo diferente de um Grão-Mestre jovem, Senior DeMolay e filho de professora.
Aos interessados em doar obras maçônicas para o acervo da biblioteca, podem enviá-las para:
BIBLIOTECA DO APRENDIZ
GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO DISTRITO FEDERAL
SGAN 909, MÓDULO B, ASA NORTE.
CEP: 70790-090
BRASÍLIA – DF