Retrospectiva Maçônica do DF

Retrospectiva Maçônica do DF

Nos últimos anos, tenho me dedicado a pesquisar a maçonaria brasileira e a fomentar a educação maçônica em nosso país. Tive a oportunidade de fazer pesquisas, escrever artigos e livros, criar revistas, desenvolver uma plataforma de EaD para Maçonaria, realizar palestras, eventos, seminários, congressos, etc. Enfim, tentei fazer a minha parte e dar minha contribuição para nossa Sublime Ordem. Fiz e ainda faço isso porque, apesar de parecer suspeito, enquanto professor, acredito que apenas pela educação uma nação pode prosperar significativa e longamente. E na maçonaria não é diferente.

Na nossa última pesquisa de campo, a pedido da CMI – Confederação Maçônica Interamericana, tem-se, dentre vários resultados, que o maçom brasileiro está extremamente insatisfeito com os conflitos entre as obediências maçônicas do país, e que o nível da educação maçônica brasileira está baixíssimo.

Pois bem, o ano de 2018 está findando e, ao fazer uma breve retrospectiva do mesmo, sinto-me, no que tange à Maçonaria, satisfeito, especialmente pela Maçonaria do Distrito Federal, que, talvez, nunca tenha experimentado uma fase tão harmoniosa e próspera como nos últimos anos, incluindo este.

Se o maior motivo de insatisfação do maçom brasileiro são os conflitos entre obediências, a Maçonaria do Distrito Federal, tendo Cassiano e Lucas Galdeano à frente da GLMDF e do GODF, tem experimentado um período de união, harmonia e fraternidade como nunca se havia visto em quase 50 anos de convívio mútuo. Quanto a COMAB, a GLMDF se orgulha de ter sido a primeira obediência que, mesmo não contando com um Grande Oriente da COMAB em seu território, reconheceu seus principais confederados. E, nesse mesmo sentido, o GODF, por meio de seu Grão-Mestre, Lucas Galdeano, teve a coragem de apresentar sua proposta ao GOB de união da Maçonaria brasileira, sugerindo abertura para processos de reconhecimento dos Grandes Orientes da COMAB. Infelizmente, o então GMG do GOB colocou a proposta “sob o malhete”, mas, por sorte, o atual está começando a abraçar a ideia.

Os reflexos dessa ótima relação entre GLMDF e GODF, capitaneada por seus Grão-Mestres, Cassiano e Lucas, são vistos em cada evento conjunto que realizaram e em cada grande evento de uma obediência, que sempre contou com a presença do Grão-Mestre da outra. Mais recentemente, ocorreu, por exemplo, o famoso Natal Solidário, coordenado pela Loja Estrela D’Alva (GLMDF) e que contou com o atendimento da Unidade Móvel Odontológica do GODF.

E se o nível da educação maçônica está tão baixo no Brasil, como pudemos constatar na mencionada pesquisa para a CMI, o GODF e a GLMDF também têm feito suas partes. O irmão Lucas Galdeano não poupou esforços para criar o curso de Pós-graduação em História da Maçonaria em parceria com a UnyLeya, curso esse pioneiro no país e que serviu de inspiração para outros, que têm obtido muito sucesso em colaborar com essa bandeira. Ainda, o GODF tem realizado seu Curso Básico de Formação Maçônica, com duração de um ano e voltado para a complementação instrucional de seus membros, e que também abre suas portas e conta com membros da GLMDF como alunos. Já a GLMDF fez grande investimento para criar a Biblioteca do Aprendiz, proporcionando excelente espaço e mais de dois mil títulos, incluindo obras raras, à disposição dos irmãos interessados na literatura e pesquisa maçônicas. E as duas obediências juntas, GLMDF e GODF, também tornaram possível a realização do I Congresso Internacional de Ciência & Maçonaria, realizado na UnB, que contou com palestrantes de renome internacional, como José Antonio Benimeli (Espanha) e Guillermo de Los Reyes (EUA).

Assim, imagino que as razões de minha satisfação com o atual rumo da Maçonaria Distrital estejam claras. E, aproximando-se do final de ambas as gestões, também acredito que posso afirmar que Cassiano e Lucas já mais do que cumpriram seus deveres. Eles deixam um legado a seus sucessores. Legado esse que deve ser respeitado e interpretado como uma belíssima missão a ser continuada.

União e Educação. Essas duas bandeiras valem à pena. Maçons constroem, não destroem. E uma construção somente é sólida e duradoura sobre uma base forte, que apenas a educação pode proporcionar. Que venha 2019!

Nova edição da revista Ciência & Maçonaria

Nova edição da revista Ciência & Maçonaria

A Revista “Ciência & Maçonaria” é a primeira revista acadêmica da América do Sul dedicada a contribuições acadêmicas em um campo de pesquisa cada vez mais estudado: a Maçonaria. Seu formato é exclusivamente eletrônico e sua finalidade é publicar produção multidisciplinar relacionada à Maçonaria de especialistas, professores, pesquisadores e alunos das mais diversas universidades. O objetivo é disponibilizar gratuitamente conhecimento sobre Maçonaria e democratizar a produção acadêmica sobre esse objeto de pesquisa.

Classificada como B2 pela Qualis CAPES e constando em importantes indexadores e diretórios internacionais, a C&M – Ciência & Maçonaria – tem se destacado pela elevada qualidade acadêmica e editorial, além de seus eventos acadêmicos de nível nacional e internacional, prestigiados por pesquisadores como José Antonio Ferrer Benimeli, da Universidade de Zaragoza, e Guillermo de los Reyes Heredia, da Universidade de Houston, que são dois dos maiores nomes da pesquisa sobre Maçonaria no mundo.

Recentemente, a C&M teve uma nova edição publicada, com interessantíssimos artigos.

Para acessar a nova edição, CLIQUE AQUI.

PESQUISA DE PERCEPÇÃO SOBRE AS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

PESQUISA DE PERCEPÇÃO SOBRE AS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

ATENÇÃO: O PERÍODO DE COLETA DE DADOS JÁ FOI ENCERRADO. AGRADECEMOS A TODOS QUE COLABORARAM RESPONDENDO A PESQUISA!!!

Meus Irmãos, peço licença dos senhores para publicação desse post “off topic“.

Como alguns já devem saber, temos uma revista científica sobre Maçonaria no Brasil, que é a primeira do tipo em toda a América do Sul. O nome dela é Ciência & Maçonaria e tem caráter multidisciplinar, tendo conceito B2 pela Capes. Graças ao NP3, Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas, Governo, Gestão e Sociedade, realizamos pesquisas interessantes e eventos acadêmicos voltados à Ordem e mantemos esse vínculo com a UnB, uma das principais universidades do país.

Atualmente, um dos integrantes do nosso núcleo de pesquisas, Paulo Castro, que é Doutorando em Ciência Política na UnB, está realizando uma pesquisa de percepção sobre as instituições brasileiras. Apesar de não ser uma pesquisa sobre a Maçonaria, entendo que é um tema interessante e importante, e nós maçons, enquanto cidadãos, devemos compartilhar nossas opiniões.

Se isso não for o bastante, uma outra razão para responder a pesquisa é poder concorrer ao sorteio de um Tablet Samsung Galaxy Tab A T280 8GB Wi-Fi Tela 7″ Android Quad-Core. Para isso, basta seguir as instruções ao final do questionário.

Se possível, divulgue para os familiares, colegas e amigos, maçons ou não. Todo incentivo à pesquisa no Brasil é pouco, numa área tão abandonada e menosprezada pelo estado.

Segue o link da pesquisa: https://pt.surveymonkey.com/r/BHJJNRT

Uma Loja de Pesquisas para todos os brasileiros

Uma Loja de Pesquisas para todos os brasileiros

A “Quatuor Coronati” foi a primeira Loja de Pesquisas do mundo, fundada em 1884. A intenção dos fundadores era a de fomentar o estudo e pesquisa maçônicos baseados em evidência, em detrimento das narrativas imaginativas que vigoravam a época. Inauguraram assim a chamada “escola autêntica”. No Brasil, pela deficiência literária maçônica, a “escola” achista, místico-esotérica e imaginativa ainda tem prevalecido, somente enfrentando resistência e concorrência de uma pequena, porém crescente e otimista versão brasileira da escola autêntica, nos últimos anos.

O funcionamento da Quatuor Coronati, basicamente o mesmo há aproximadamente 130 anos, centra-se em seu círculo de membros correspondentes, que submetem o resultado de seus estudos e pesquisas à Loja. Os aprovados, assim como de seus membros internos, são publicados na AQC – Ars Quatuor Coronatorum – seu anuário. Com uma anuidade equivalente a mais de R$200, a Quatuor Coronati soma milhares de membros correspondentes em todo o mundo.

A proposta de Lojas de Pesquisas como estímulo ao estudo, pesquisa, produção, repositório e divulgação de conhecimento maçônico de qualidade se espalhou pelo mundo, tendo essas Lojas um funcionamento muito similar ao da boa e velha QC. O Brasil também conta com dezenas dessas Lojas de Pesquisas. Entretanto, com raríssimas exceções, essas Lojas têm funcionado não muito diferente de qualquer outra Loja Maçônica, talvez apenas tendo mais palestras do que o normal, pelo benefício da dispensa de realizar iniciações e, consequentemente, ausência de escrutínios, instruções, etc.

A Loja de Pesquisas “Dom Bosco No.33”, fundada há 16 anos na Capital Federal e jurisdicionada à Grande Loja Maçônica do Distrito Federal – GLMDF, não fugia à regra. Isso até que, ao comemorar seus 15 anos, no ano passado, resolveu parar para refletir sobre seu passado, presente e futuro. Isso resultou em um planejamento de adequação da Loja ao que ela deveria realmente ser: uma legítima Loja de Pesquisas. E, após mudanças legislativas, criação de regulamentos, desenvolvimento de sistemas e muito trabalho, ontem, no dia 31/10/2018, foi lançado oficialmente seu website oficial, pelo qual todo maçom regular pode, GRATUITAMENTE, solicitar sua filiação como Membro Correspondente e, após aceito, submeter trabalhos para seu futuro periódico, a revista DB33.

A filiação como Membro Correspondente não é apenas para aqueles com interesse em publicar seus artigos, mas a todos os irmãos que sejam amantes da boa leitura maçônica e estejam interessados em receber as publicações da Loja de Pesquisas.

Para conhecer um pouco mais sobre esse interessante projeto e se filiar, acesse: www.lojadepesquisas.com.br

DeMolay, Maçonaria e inversão de valores

DeMolay, Maçonaria e inversão de valores

Desde a cisão da Ordem DeMolay brasileira, em 2004, tem-se um senso comum no meio maçônico de que, infelizmente, a Maçonaria brasileira havia levado sua cultura de divisão e rivalidade à Ordem DeMolay. A partir de então, o grande desafio era prevenir para que os jovens DeMolays não aprendessem a odiar seus pares do “outro Supremo”, como ocorreu entre boa parcela da maçonaria brasileira. Infelizmente, perdemos essa batalha. A hostilidade típica de alguns maçons brasileiros com base em regularidade, reconhecimento, antiguidade ou rito, passou rapidamente a ser refletida entre jovens DeMolays com base em questões ou desculpas similares.

Assim, a esperança maçônica de que aqueles jovens DeMolays, que teoricamente não se apegavam a tais diferenças maçônicas e contendas do passado, iriam facilmente vencê-las quando assumissem a liderança das obediências simbólicas e de altos graus nos próximos anos, foi se esvaindo a cada menção a “pirulito” ou ofensa escrita em rede social. E tal esperança acabou por desaparecer por completo, quando da institucionalização de tais ataques no meio DeMolay, como, por exemplo, pelo envio de pirulitos entre encomendas do SCODB, oficialmente ensinando seus jovens a cultura da divisão e da rivalidade.

[youtube]https://youtu.be/wQfYLZl2s7Y[/youtube]

O que talvez nunca se esperaria é que essa hostilidade ultrapassasse as fronteiras da própria Ordem DeMolay e alcançasse sua patrocinadora exclusiva: a Maçonaria. O que se vê nesse vídeo é o representante maior do SCODB, Diogo Pigozzi Bazzanella, um maçom do GOB-SC, atacando a Maçonaria Brasileira e chamando suas lideranças de covardes, enquanto é ladeado e apoiado por seu Adjunto, Guilherme Santos, um maçom do GOMG.

Essa conduta de incitar o ódio de jovens DeMolays contra instituições maçônicas regulares e suas lideranças, além do pior exemplo que um Sênior DeMolay e maçom pode dar àquelas centenas de jovens ali presentes, é totalmente antimaçônica e também não condiz com as virtudes ensinadas na Ordem DeMolay.

Não se deve escarrar no prato que come. Essa não pode ser a lição a ser ensinada aos nossos jovens. A Ordem DeMolay deveria unir a Maçonaria brasileira, não dividi-la ainda mais e atacá-la de forma tão vil. Esse discurso ofensivo de ódio é o que a Maçonaria e, consequentemente, a Ordem DeMolay sempre combateram e devem continuar a combater, principalmente internamente.

“O GOB PARA OS MAÇONS” de agora para frente

“O GOB PARA OS MAÇONS” de agora para frente

Tem circulado por grupos maçônicos em redes sociais o resultado da eleição para Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil – GOB. O candidato Múcio Bonifácio, apesar de ter perdido em SP, maior colégio eleitoral do país, e quase empatado em MG, o segundo maior, acabou por vencer o pleito, com 66% dos votos válidos, contra… ninguém. Ele era candidato único. Sua posse ocorrerá neste sábado, dia 15.

Os votos brancos e nulos somaram incríveis 34% dos eleitores, o que é bem mais do que o primeiro colocado nas pesquisas para Presidente da República acumula atualmente. Para se ter uma ideia, na última eleição do GOB, em 2013, os votos brancos e nulos não chegaram a 2%.

A quantidade de eleitores que participou desta eleição é relativamente próxima à média apresentada na eleição anterior: um pouco menos de 1/3 dos membros regulares declarados pelo GOB compareceram à votação. No mundo civilizado, qualquer associação que se preze, por maior que seja, prevê que seja constituído quorum com maioria absoluta dos associados regulares ou de seu colegiado para uma eleição. Para decisões importantes, exige-se quorum até maior, de, pelo menos, 2/3. É, de certa forma, compreensível uma flexibilização de tais regras no Brasil, por questões socioculturais e dificuldades de deslocamento, mas aceitar um quorum menor do que 1/3 é, como os advogados brasileiros gostam de qualificar, “ferir de morte” a democracia.

De toda forma, a partir desse dado, surgem algumas hipóteses: trata-se da comprovação de um desinteresse generalizado do maçom gobiano para com o processo democrático do GOB, seja por descrença no sistema ou nas opções oferecidas; ou o GOB divulga um quantitativo fictício de mais de 80 mil membros, quando na verdade seria algo em torno de 50 mil; ou o sistema eleitoral é passível de fraude e deveria ser externamente observado e auditado; ou o atual sistema eleitoral não atende ao princípio democrático e à instituição, devendo ser totalmente revisto e modificado. Ainda, pode ser a combinação de algumas ou de todas essas hipóteses.

Fato é que o Irmão Múcio governará o GOB enquanto seu Grão-Mestre Geral durante os próximos 05 anos, tendo muitos desafios emergenciais pela frente.  Dentre eles, os erros cometidos pelo GMG Ricardo de Carvalho que, apesar de sua passagem meteórica no Grão-Mestrado Geral, deixa grandes estragos, como seus inesquecíveis “equívocos” em Aracajú e o modo como conduziu a intervenção no GOSP. Soma-se então aos problemas que o GMG anterior já havia deixado como espólio, como a fragilizada relação com a CMI, as incontáveis suspensões e as várias intervenções, incluindo a mal sucedida em Pernambuco. E, enquanto trata desses desafios, deverá conquistar a opinião favorável de seu povo maçônico. São muitos pratos para girar e assim se legitimar pelo trabalho, pois pela urna não foi possível.

A boa notícia é que o histórico do Irmão Múcio dá indícios de que ele tem conhecimento para vencer esses desafios. Se lhe sobrar energia e força de vontade, as coisas hão de melhorar.