por Kennyo Ismail | nov 1, 2020 | Notícias
Quando soube do falecimento de Sir Sean Connery, lamentei por mais essa grande perda que 2020 nos impõe. Sou fã das atuações dele em filmes como Indiana Jones e a Última Cruzada, O Nome da Rosa, Highlander, Armadilha, Encontrando Forrester, seus 007 e, é claro, O Homem que queria ser Rei.
E este último filme citado é o responsável pela crença de que Sean Connery é maçom, crença essa ressuscitada com sua morte. No filme, ele interpreta um maçom. Mas assim como interpretar James Bond não o transformou em um agente secreto do MI6, ou interpretar Henry Jones não o transformou em professor de história, o mesmo se aplica a “O Homem que queria ser Rei”.
Nesta história, originalmente escrita por Kipling, famoso escritor e maçom, dois soldados ingleses que são maçons servindo na Índia buscam riqueza em um pequeno país próximo do Afeganistão. Então, o símbolo maçônico do esquadro e compasso, presente em um pingente do colar de um deles, é reconhecido pelos nativos como símbolo de Alexandre, o Grande, considerado lá como um Deus desde que os havia dominado. E isso leva esse maçom a ser coroado como rei e considerado com um deus.
A imagem de Sean Connery usando uma coroa e vestido com uma túnica branca tendo o esquadro e compasso em seu peito, que vem ilustrando a afirmação de sua filiação maçônica, é uma cena desse filme.
por Kennyo Ismail | jul 6, 2020 | Notícias
A Escola No Esquadro, primeira plataforma de cursos online de Maçonaria no Brasil, acaba de lançar um novo curso: Introdução aos Graus Ingleses.
O curso apresenta interessantes informações sobre os diversos graus além do de mestre maçom de origem inglesa em território nacional, esclarecendo mitos, explicando paramentos e medalhas, e auxiliando na tomada de decisão de qual ordem lateral é a mais adequada a cada perfil de irmão.
O autor do curso, Irmão Felipe de Paulo, é figura conhecida nas Ordens de Aperfeiçoamento Inglesas no Brasil, tendo exercido posições de liderança em muitas delas.
O curso conta com 16 videoaulas, ebook, material de apoio e certificado.
Para saber mais, CLIQUE AQUI.
por Kennyo Ismail | maio 22, 2020 | Notícias
Livros,
contos e filmes contam histórias de amor. Não apenas do clássico amor entre um
homem e uma mulher, mas também do amor fraterno, do amor paternal e maternal,
do amor filial, ou mesmo do amor de um cão por seu dono. Alguns amores são difíceis
de classificar. Eu explico:
Havia nesta
terra um homem chamado Aprígio Furtado de Oliveira Primo, mas ninguém o conhecia
pelo nome. Todos, desde que ele era pequeno, habituaram-se a chamá-lo de
“Camarada”. E, durante seus quase cem anos de vida, a maioria das
pessoas que conviveram com ele nem ao menos sabia seu nome verdadeiro, pois
sempre o conheceram e o chamaram de Camarada.
E por que
alguém ganha, desde criança, o apelido de Camarada? Simples, porque ele sempre foi
exatamente isso, amigo de todos e sempre disposto a ajudar, até mesmo
desconhecidos.
Quando nasci,
havia uma geração entre eu e ele. Ele é meu avô, pai de minha mãe. E quando fui
batizado, ele tornou-se meu padrinho. Já na adolescência, admirando a Maçonaria
por saber que ele era maçom, ingressei na Ordem DeMolay e ele tornou-se meu
tio. E, anos depois, quando fui iniciado na Maçonaria, lá estava ele, chorando
de alegria por eu ter me tornado seu irmão.
Então como eu
poderia classificar esse amor que sinto? Amor de neto? De afilhado? De sobrinho?
De irmão? Gosto de pensar que de todos e muito mais. Pois, além de tudo isso, o
Camarada era meu amigo. Daquele amigo que é companheiro de estrada, com quem
tive a oportunidade de rodar o interior de nossas Minas Gerais tantas vezes. Daquele
amigo com quem desabafamos, pedimos conselhos, contamos segredos.
O Camarada, apesar de pouco estudado, era um leitor voraz. Lia até jornal velho. E era um verdadeiro apaixonado pela Maçonaria. Foi iniciado na Loja “Luz e Humanidade”, do GOB-MG, em Patrocínio. Ainda Aprendiz, mudou-se com a família para Unaí, cidade então muito nova e desprovida de lojas. Ele ia toda semana de jipe, em estrada de terra, para Paracatu, a cem quilômetros de distância, para frequentar as reuniões da Loja “Nova Luz Paracatuense”, também do GOB-MG. As duas lojas então trocaram correspondências e combinaram que ele receberia as instruções, apresentaria trabalhos e passaria pela sabatina em Paracatu e, quando aquela loja informasse à loja de Patrocínio que ele estava pronto, esta marcaria seu aumento de salário. E assim foi, até que o Camarada tornou-se Mestre.
Já Mestre Maçom, o Irmão Camarada reuniu-se com outros irmãos que viviam em Unaí e fundaram a primeira loja daquela cidade, “Mestres do Rio Preto”, no GOB-MG, tendo aquele grupo de irmãos escolhido o Camarada como seu primeiro Venerável Mestre. Alguns anos depois, quando Athos Vieira de Andrade, mineiro, “ganhou mas não levou” a eleição para Grão-Mestre Geral do GOB, culminando no surgimento da COMAB, muitas lojas de Minas decidiram por seguir Athos, entre elas a “Mestres do Rio Preto”, de Unaí.
Posteriormente a isso, o Irmão Camarada mudou-se para Uruana de Minas, ajudando a fundar a Loja “Nova Luz Bonfinopolitana”, GOMG-COMAB, em Bonfinópolis de Minas, a oitenta quilômetros de Uruana. Voltou assim a enfrentar semanalmente uma estrada de terra por conta de Maçonaria. Durante sua permanência em Uruana de Minas, deu assistência a um senhor, de passagem pelas proximidades. Esse senhor era um irmão, Celso Sérgio Ferreira, então Grão-Mestre da GLMMG. Dali nasceu uma grande amizade.
E quis o GADU que o Camarada retornasse a viver em Unaí depois de alguns anos. Foi então que aquele seu amigo, Celso Sérgio Ferreira, pediu para que ele auxiliasse outros irmãos que tinham por missão fundar uma nova loja em Unaí. Assim nasceu a “Acácia Unaiense”, da GLMMG. Lembro-me que, na ocasião da instalação da Loja, eu tinha apenas 10 anos e o “tio” Celso me sentou no colo e me perguntou se eu era bom em geografia. Ingênuo, respondi que sim. Então ele me fez dizer o nome de cada estado brasileiro por região geográfica. Quando chegou no Nordeste, a coisa complicou… e acabei esquecendo-me de Sergipe! O tio Celso então me disse que a próxima vez que voltasse a Unaí, me cobraria as capitais! Com receio de errar novamente, tratei de dar mais atenção e valor às aulas de geografia.
O tio Celso era, além de Grão-Mestre, Oficial Executivo da Ordem DeMolay para Minas Gerais. Por meio dele, o Irmão Camarada teve conhecimento sobre o que é a Ordem DeMolay. Ele passou anos defendendo a ideia de fundação de um Capítulo DeMolay em Unaí, encontrando enorme resistência. Esse projeto somente foi possível quando o filho de um maçom, foi estudar em Uberlândia e lá ingressou na Ordem. Assim, passou-se a ter mais maçons a favor do projeto, até que o mesmo tornou-se realidade. E lá estava o tio Celso com o meu vovô Camarada em minha iniciação na Ordem DeMolay. Meus dois padrinhos.
O pouco que sei da vida na roça, entre tirar leite, tocar berrante e gostar de uma boa moda de viola, aprendi com o Camarada. Mas seu exemplo ensinou-me muito mais, e o desejo de manter-me digno de ser seu neto, afilhado, sobrinho, irmão e amigo, manteve-me reto.
Quando fui iniciado na Maçonaria, na “Alvorada”, da GLMDF, em Brasília, ele não se contentou apenas em se fazer presente. Ele filiou-se à Loja e vinha de Unaí, de ônibus ou de carona, por 170 km, com certa frequência. Pelo menos, as estradas já não eram mais de terra. E ele ainda ajudou-nos a fundar a Loja “Bandeirantes” e a Loja “Flor de Lótus”.
Dediquei livros maçônicos que escrevi a ele, mesmo depois que ele queixou-se de que, infelizmente, não tinha mais visão, memória e raciocínio para ler. Isso porque as dedicatórias nunca foram para agradá-lo, mas para homenagear um maçom que enfrentou, por décadas, estradas de terra de madrugada, voltando para casa após incontáveis reuniões maçônicas em outros Orientes. Um maçom que nasceu no GOB, cresceu na COMAB e envelheceu na CMSB, sem nunca fazer qualquer distinção de irmão por rito ou potência. Um maçom que se dedicou à Ordem DeMolay e serviu de conselheiro e exemplo para dezenas de jovens, muitos dos quais passaram a também chamá-lo de “vovô Camarada” por compartilharem desse sentimento. E o maçom que ensinou-me a amar a Maçonaria por vê-lo, durante todos os dias da minha vida, viver a Maçonaria e seus ensinamentos 24 horas por dia.
Ele nos deixou no dia 19 de maio deste ano de 2020, aos 93 anos de idade, quando seu espírito prevaleceu sobre a matéria.
Obrigado, vovô Camarada, por tudo. Nada que eu fizer pela Ordem chegará perto do que o senhor fez por mim e por ela.
por Kennyo Ismail | mar 11, 2020 | Notícias
Atendendo a inúmeros pedidos, a obra recém lançada ORDEM SOBRE O CAOS, de Kennyo Ismail, agora está disponível também em ebook.
O livro é um tratado sobre história, funcionamento e ensinamentos dos 33 graus do REAA, alicerçado nas principais obras nacionais e internacionais escritas sobre o tema nos últimos 200 anos.
É dado luz sobre a incrível história do REAA, seu desenvolvimento até chegar ao Brasil, como é seu funcionamento no país e no mundo, e então decodifica grau por grau, do 1 ao 33, cada lenda, principais símbolos, filosofia, teologia e princípios éticos e morais contidos, revelando as ligações ocultas entre eles e os objetivos a serem inculcados em cada grupo de graus.
Você pode adquirir o e-book CLICANDO AQUI.
por Kennyo Ismail | fev 25, 2020 | Notícias
No último dia 22 de fevereiro vimos uma avalanche de mensagens de imagens comemorativas do tal Dia Internacional do Maçom, supostamente aprovado por unanimidade por uma comissão em uma Conferência de Grão-Mestres da América do Norte e posteriormente decretado pelo GOB.
A data é comemorativa ao aniversário de George Washington, primeiro Presidente dos EUA e o maçom mais proeminente daquele país. O interessante é que, até onde se verificou, nenhuma das Grandes Lojas norte-americanas que compõem a Conferência adotam e observam o suposto Dia Internacional. Algumas comemoram o aniversário de Washington, mas não mencionam a data como Dia do Maçom. Nem mesmo as Grandes Lojas do Canadá e a do Rito de York do México, que também compõem a Conferência, comemoram a data.
Entretanto, neste 22 de fevereiro de 2020 a Grande Loja Legal/Regular de Portugal comemorou o Dia Internacional do Maçom. Logo, tecnicamente, é algo internacional, visto ser observado por obediências de dois países: GOB (Brasil) e GLLRP (Portugal).
A razão de nenhuma Grande Loja que compõe a Conferência em que supostamente teria sido aprovada a data não a adotar, enquanto duas obediências visitantes da conferência adotam, é um mistério que persiste.
Ainda, fica a dúvida quanto qual comissão teria supostamente apreciado esse tipo de proposta: Planejamento, Hora e Lugar (definir data e local de outras reuniões), de Nomeação (avalia indicações para oficiais e membros de comissões), de Reconhecimento, de Renovação Maçônica. Nenhuma teria o escopo para esse tipo de proposta.
E, por último, ainda fica a dúvida de como uma obediência visitante, que não tem voz e voto na Conferência, teria supostamente apresentado uma proposta, ainda mais fora do escopo e dos objetivos da conferência.
Infelizmente, os dois visitantes da Conferência de 1994 que voltaram dando notícia do Dia Internacional do Maçom às suas jurisdições, Francisco (GOB) e Fernando (GLLRP), já não se encontram mais entre nós. E, passados mais de 25 anos, ninguém consegue confirmar com a Conferência de Grão-Mestres da América do Norte a suposta decisão. MAS, ela é, de fato, comemorada em duas jurisdições de países distintos, o que, tecnicamente, a torna Internacional (mais precisamente, Binacional).
por Kennyo Ismail | fev 10, 2020 | Literatura, Notícias
Participo de incontáveis grupos maçônicos de WhatsApp.
Muitas vezes, deparo-me em um grupo desconhecido, tendo sido simplesmente
colocado lá, sem receber qualquer convite nem dar meu consentimento. Nestes
casos, costumo pedir desculpas e sair do grupo. Infelizmente, alguns irmãos
perdem a noção, achando que as regras básicas de educação não se aplicam
online.
Uma coisa é você atender a um convite para ir à casa de um
amigo, conhecer algumas pessoas e conversar sobre algum assunto, específico ou
não. Outra coisa bem diferente é você acordar em um lugar cheio de desconhecidos,
sem saber como foi parar lá e então saber que te levaram para lá sem seu
consentimento. Se observarmos bem, isso é o mesmo que sequestro. Mas, apesar de
algo sem noção e sem educação, ainda não é crime.
Entretanto, há algo pior. Algo ilegal, que acontece em muitos
desses grupos de maçonaria. Quase que diariamente, a lei 9.610, de 19/02/1998,
é infringida em um grupo maçônico de WhatsApp. Trata-se da lei de direitos
autorais.
Quem nunca viu o PDF de um livro relativamente recente sendo
publicado, na íntegra, em um desses grupos? A Trilogia do Templo, do irmão Zé
Rodrix, é um belo exemplo que circula por aí. Essa reprodução e distribuição sem autorização
são crimes previstos no artigo 184 do Código Penal, com pena prevista de
detenção de três meses a um ano, ou multa.
Numa escola de moralidade como a Maçonaria, em que todos
deveriam estar comprometidos a seguir as leis de nossas cidades, estados e
país, esse tipo de transgressão é inadmissível, sendo passível de condenação,
não apenas profana, mas maçônica.
Quando você comete esse crime, você está sendo responsável pela
subestimação do trabalho intelectual, muitas vezes de um irmão; pelo
desestímulo da produção intelectual, especialmente literária; pela negação da
reedição de uma obra; pela baixíssima remuneração autoral; pelos altos preços
dos livros no Brasil; pelo crescente desemprego no setor editorial; etc.
Outro dia vi compartilhado um dos três livros da trilogia de
Zé Rodrix em um dos grupos que faço parte. Para meu espanto, havia sido
compartilhado por um… escritor. Isso mesmo: um escritor, com meia dúzia de
livros maçônicos publicados. Então perguntei se ele poderia fornecer também os
arquivos das obras dele, para que eu pudesse compartilhar nos grupos que faço
parte. Não demorou muito para que a “ficha caísse”. Ele acabou apagando o
arquivo no grupo e pedindo desculpas. Mas foi lamentável presenciar esse nível
de egocentrismo, de desrespeito ao próximo (um irmão) e o resultado de seu
trabalho.
Respeitar a lei é um dever de todo cidadão, especialmente do maçom.