SCODB realizará seu CNOD 2018

SCODB realizará seu CNOD 2018

No dia 08 de setembro ocorrerá mais uma edição do Congresso Nacional da Ordem DeMolay – CNOD, mas dessa vez do SCODB, na querida cidade de Ribeirão Preto – SP, aproveitando a ocorrência do Congresso Estadual do Grande Capítulo de SP, no dia anterior, o que garantirá bom volume de participantes. Espera-se que seja um evento interessante, após o rompimento das negociações de unificação, publicamente noticiado pelo SCODRFB em seu último CNOD, em Aracajú, na presença dos dirigentes das três vertentes maçônicas brasileiras: GOB, CMSB e COMAB, que haviam elegido o CNOD do SCODRFB (o maior evento DeMolay já ocorrido no Brasil, com mais de 1.300 participantes) para também realizar a primeira reunião da maçonaria regular brasileira em toda a sua história.

O cenário atual é preocupante para os dirigentes do SCODB. Além da frustração com o processo de unificação, que livraria a instituição do processo judicial e da consequente multa de centenas de milhares de reais, o SCODB tem presenciado a união da CMSB e da COMAB em prol do SCODRFB, perdendo recentemente seu principal e maior apoio no seio da COMAB, o Grande Oriente de Minas Gerais – GOMG, de onde veio boa parte das lideranças nacionais do SCODB (como os PGMNs Álvaro Azevedo, Wilson Júnior e Luiz Eduardo de Almeida) e também as lojas patrocinadoras de quase 1/3 de seus capítulos ativos. A decisão do GOMG, contestada por um de seus membros e atual Grande Mestre Nacional Adjunto do SCODB, o jornalista e escritor Guilherme Santos, foi julgada recentemente por seu tribunal maçônico que, por unanimidade, decidiu em desfavor do SCODB. Ainda, não é descartada a possibilidade disso se desdobrar em um futuro processo disciplinar.

Não bastasse isso, há também a delicada situação do Grande Oriente de São Paulo – GOSP, cujo Grão-Mestre se manifestou recentemente no sentido de se “desfederalizar” do Grande Oriente do Brasil – GOB, tendo convocado uma assembleia geral para deliberação de tal pleito, a ocorrer no dia 15 de setembro, uma semana após o CNOD do SCODB. O GOB é a única obediência maçônica regular brasileira que ainda não se manifestou oficialmente contrária ao SCODB, apesar de suas lojas patrocinarem mais capítulos do SCODRFB do que desse. Em lojas do GOSP, encontram-se patrocinados mais de 1/3 dos Capítulos ativos do SCODB e, caso o GOSP fique em uma situação de não reconhecimento e sofra vetos de intervisitação por parte das demais obediências, o SCODB terá que decidir entre: abraçar o GOSP e perder o pouco apoio do GOB que lhe resta em alguns estados; ou migrar seus capítulos paulistas para novas lojas patrocinadoras, da GLESP e do GOP-SP, que não concordarão com a permanência desses Capítulos no SCODB.

Assim, à sombra do rompimento do processo de unificação, da perda de apoio do GOMG, da incógnita sobre o futuro do GOSP, da iminência de uma decisão judicial, sem qualquer apoio de lideranças maçônicas relevantes, com a regularidade maçônica de importantes dirigentes ameaçada, e com inúmeros passivos a honrar, os inscritos deste CNOD do SCODB podem, sem saber, estarem participando de sua última edição…

Grande Loja Unida da Inglaterra e sua política de Mudança de Gênero

Grande Loja Unida da Inglaterra e sua política de Mudança de Gênero

Em 2016, abordamos aqui no blog a questão da homossexualidade na Maçonaria, o que, desde então, rendeu mais de 10 mil visualizações e algumas dezenas de comentários polêmicos. Então, no último dia 17 de julho, a Grande Loja Unida da Inglaterra – GLUI, considerada por muitos irmãos brasileiros e até mesmo por algumas obediências como a origem e guardiã de toda a regularidade maçônica, uma espécie de “Vaticano Maçônico“, publicou em seu website oficial sua nova Política de Mudança de Gênero, levando a discussão relacionada a gênero e sexo na Maçonaria para outro nível.

Resumidamente, conclama seus membros a tratarem do assunto de identidade de gênero com “compaixão e sensibilidade”; determina que mulheres que passarem a se identificar como homens (homens trans) são qualificados à iniciação; que maçons que se tornarem mulheres (mulheres trans) podem continuar na Maçonaria e não podem sofrer qualquer tipo de discriminação; que qualquer conduta ofensiva, humilhante, hostil ou intimidadora com um irmão que se tornar mulher será considerada conduta antimaçônica e passível de punição; e que uma loja não pode expulsar um membro por se tornar mulher e nem tentar persuadi-lo a se desligar por essa razão.

Até o presente momento, nenhuma das obediências maçônicas brasileiras, reconhecidas pela GLUI ou não, parece ter se manifestado quanto a essa política de mudança de gênero, seja a favor ou contrária à medida. Essa omissão tem deixado o povo maçônico brasileiro no escuro, com muitos ainda desconhecendo tal fato novo. Desde o mês passado, é possível que homens trans, como Thammy, iniciem na GLUI; e mulheres trans, como Thalita, permaneçam como membros regulares. E essa política alcança todas as lojas de suas Grandes Lojas Distritais, incluindo as localizadas no Brasil. Além disso, dentre os mais de 200 mil turistas ingleses que visitam o Brasil todos os anos, não se pode ignorar a possibilidade de uma mulher trans que seja um irmão regular da GLUI tentar visitar uma loja do GOB ou de uma das 07 Grandes Lojas estaduais atualmente reconhecidas pela mesma. E, se não há uma orientação da obediência a respeito, erros podem ser cometidos, com possíveis consequências diplomáticas.

CNOD 2018: UM EVENTO HISTÓRICO PARA MAÇONARIA e DeMOLAY

CNOD 2018: UM EVENTO HISTÓRICO PARA MAÇONARIA e DeMOLAY

Dia 21 de julho de 2018 (por coincidência, dia do meu aniversário) ficará para a história como a primeira vez em que os líderes das três vertentes maçônicas brasileiras, GOB, CMSB e COMAB, sentaram-se, acompanhados de muitos de seus Grão-Mestres, para dialogar sobre a Maçonaria e a Ordem DeMolay, quando da ocasião do CNOD – Congresso Nacional da Ordem DeMolay do SCODRFB, ocorrido na data em Aracaju – SE, considerado o maior congresso DeMolay no mundo em quantitativo de participantes.

“Nunca antes na história deste país” seria um bordão um tanto quanto apropriado para qualificar esse encontro interpotencial inédito no Brasil, mas nada muito além disso, como ficará claro ao final do texto.

Como acordado durante a Assembleia Geral da CMSB, quando os líderes das três vertentes se ladearam paramentados na mesa diretoria de abertura do evento (Ricardo de Carvalho – GMG do GOB, Jordão Júnior, Secretário-Geral da CMSB, e Lázaro Salles, Secretário-Geral da COMAB), eles se reuniram novamente durante o CNOD no último final de semana, desta vez, acompanhados de dezenas de Grão-Mestres de suas vertentes. A pauta: 1) Brasil; 2) DeMolay.

Na sexta-feira, durante a solenidade de abertura, os Grão-Mestres sentaram-se à frente de mais de mil e trezentos jovens DeMolays no maior teatro da capital sergipana. Diferente do que foi visto em Vitória, por ocasião da abertura da Assembleia da CMSB, desta vez o GMG Ricardo de Carvalho e sua comitiva destoavam dos demais presentes por não estarem paramentados. A justificativa era o decreto de seu antecessor, ainda vigente, que veta o uso de paramentos em eventos nos quais autoridades de obediências não reconhecidas estiverem presentes.

Na prática, isso não fez o menor sentido. Raciocine comigo: você vai para o evento enquanto Grão-Mestre Geral do GOB exatamente para se sentar e dialogar com os outros Grão-Mestres, incluindo aqueles que você ainda não reconhece ou rompeu relações e todo mundo sabe disso; você é apresentado publicamente como GMG do GOB; compõe a mesa diretora do evento como GMG do GOB; e utiliza da palavra como GMG do GOB. Tudo isso sendo filmado por incontáveis irmãos e sobrinhos e alguns transmitindo ao vivo via redes sociais. O único efeito real de não ter usado os paramentos foi a dissonância cognitiva de centenas de irmãos e mais de mil sobrinhos. Aquele sentimento indeciso entre decepção e pesar.

De toda forma, todos aparentavam felizes com a cena inédita presenciada ali e as infinitas oportunidades que ela poderia proporcionar a partir da reunião no sábado. E, entre todas as manifestações positivas que os irmãos emitiam sobre suas expectativas, somente um Grão-Mestre ousou externar um pensamento diferente nos bastidores, ao dizer que temia que se tornasse uma “reunião para marcar reunião”. Ao final, acabou quase se revelando um profeta.

Os Grão-Mestres se reuniram na sede da Grande Loja Maçônica do Estado de Sergipe, às 10h da manhã do meu aniversário e lá permaneceram por quase quatro horas. Dentre os temas debatidos e votados, diante do discurso do GOB de que a Maçonaria brasileira deveria se unir em prol das questões políticas, sociais e culturais do país, a CMSB apresentou a proposta de que o GOB e a COMAB abraçassem a sua campanha “Reage, Brasil!”, voltada ao voto consciente, passando assim a ser uma campanha assinada por todos, o que foi aprovado por unanimidade dos presentes por votação puxada pelo GMG do GOB, Ricardo de Carvalho.

Além disso, concordaram de que deveriam publicar a chamada “Carta de Aracaju”, a ser elaborada por uma comissão interpotencial e então assinada pelos representantes das três vertentes. O GOB indicou para compor a comissão de elaboração um irmão de Goiás, a CMSB um de Minas Gerais, e a COMAB um da Bahia.

Entretanto, após a devida elaboração e impressão da carta, o GMG Ricardo de Carvalho hesitou em assiná-la, alegando que não havia conseguido falar com o Procurador Geral do GOB, de modo a confirmar se ele tinha autoridade para assinar sem a prévia autorização da SAFL. Apesar de não conseguir falar com o procurador, ele aparentemente conseguiu falar com seu antecessor, que o instruiu a não assinar. Alguns dos Grão-Mestres Estaduais do GOB que estavam o acompanhando, incluindo o Eminente Irmão Cláudio, do GOB-MG, insistiram para que ele assinasse, que não havia impeditivo legal, mas em vão. Cabe aqui alguns questionamentos: 1) Ele foi presidente da SAFL e agora é GMG… Não deveria saber o que pode ou não assinar? 2) Ele foi para Aracaju sabendo que a reunião ocorreria e, logicamente, uma carta sairia da mesma. Não poderia ter feito essa consulta previamente?

Apesar de sua negativa, os Secretários-Gerais da CMSB e da COMAB, em respeito aos quase 40 Grão-Mestres que participaram da histórica reunião, resolveram por bem assinar a carta, cuja leitura pública ocorreu à noite, na solenidade de encerramento do CNOD, na presença do GMG Ricardo que, sentado (novamente sem paramentos) entre os dois Secretários-Gerais, Jordão e Lázaro, usou da palavra logo em seguida para dizer que havia um protocolo do GOB a seguir, mas de sua felicidade em ter participado do CNOD e da histórica reunião de Grão-Mestres, reiterando suas preocupações com o futuro do país, e sugerindo uma espécie de convênio ou parceria entre o SCODRFB e a APJ, que é uma ordem juvenil mista e exclusiva do GOB.

O encerramento também foi marcado pelo pronunciamento do Irmão Paulo Henrique, Grande Mestre Nacional do SCODRFB, sobre o fim das negociações de unificação com a diretoria nacional do SCODB. Naquela tarde, ele já havia comunicado aos Grão-Mestres da decisão. A justificativa é de que, após meses de diálogos com os dirigentes maiores do SCODB, no qual vários pontos haviam sido rejeitados, pacificados e outros aceitos, e haviam acordado que um cronograma consensual seria divulgado em conjunto, não houve o cumprimento da palavra empenhada pela parte desses, que divulgaram unilateralmente e sem a concordância do SCODRFB um documento que omitiu importantes pontos acordados e apresentou uma série de reivindicações já anteriormente rejeitadas, além de novas exigências, como a de reserva de cargos para os mesmos, com a clara intenção de não prosperar a unificação. Não havendo mais a mínima confiança necessária à negociação, o processo de unificação em esfera nacional está encerrado, passando o SCODRFB, nas palavras do PH, como é conhecido, a dar continuidade no processo de unificação da Ordem DeMolay brasileira a nível capitular e estadual.

Retomando o prisma maçônico, o fato do “não-uso” dos paramentos e da “não-assinatura” da carta de uma reunião inédita e pioneira na maçonaria brasileira alerta para um possível problema demasiadamente complexo: a judicialização do GOB. Como se sabe, o GOB copiou, algumas décadas atrás, a estrutura da República, tornando-o assim passível de sofrer com as mesmas crises, falhas e problemas que se vê no poder público do mundo profano. A judicialização da política brasileira é um fenômeno cada dia mais estudado pelos cientistas políticos e se refere ao uso crescente do judiciário por indivíduos e grupos com interesses políticos, gerando um aumento significativo no volume de processos com tais fins e, consequentemente, aumentando o impacto das decisões judiciais em causas políticas. O reflexo disso pode ser visto por uma expansão do discurso legalista por membros do poder executivo, com maior uso de jargões jurídicos; um excesso de zelo na elaboração de atos administrativos; além da transferência ao jurídico de questões de natureza administrativa e/ou política de relevância à comunidade. E essa é exatamente a postura observada no GMG Ricardo de Carvalho desde sua posse. Ele tem repetido em seus discursos que o Estado está “aparelhado”, mas parece ser vítima do mesmo mal no âmbito maçônico. E, se não conseguimos “desaparelhar” nossa própria casa, como ousamos pensar em conseguir desaparelhar o Brasil??? Se um GMG não pode colocar seu próprio paramento e assinar uma simples carta que apenas resume uma reunião que ele de fato motivou e participou, temos condições de sugerir mudanças para o Brasil??? Vamos tentar desbastar a pedra bruta da sociedade antes mesmo de desbastar a nossa?

Se não bastasse, hoje foi veiculado um comunicado oficial do GMG do GOB, Ricardo de Carvalho, a respeito de sua participação no evento, na qual constam alguns “equívocos”. Em primeiro lugar, ele afirma que seu “comparecimento foi norteado pelo princípio de valorizar e incentivar a Ordem DeMolay”, enquanto que todos podem ver o vídeo de seu pronunciamento na abertura da Assembleia Geral da CMSB mencionando que seu objetivo principal de sentar com outros Grão-Mestres era em busca de uma agenda comum sociopolítica. E foi pra isso que ele levou uma dúzia de Grão-Mestres Estaduais para Aracaju. DeMolay foi o meio, não o fim. Em segundo, diferente do que afirmou em primeira pessoa que a sugestão de elaboração da Carta de Aracaju “não contou com a minha aprovação”, durante a reunião ele mesmo ressaltou a importância da carta para que não houvesse distorções posteriores e indicou um irmão de Goiás para compor a comissão de elaboração. E em terceiro e último, é lamentável verificar que mais um GMG do GOB não sabe a diferença básica entre reconhecimento e regularidade, ao encerrar seu comunicado oficial se referindo a “obediências não regulares da COMAB”. Ressalta-se ainda que é o segundo comunicado desse tipo que o Irmão Ricardo de Carvalho, enquanto GMG do GOB, realiza. O primeiro foi logo após sua participação na assembleia da CMSB. Parece que a cada evento que vai, precisa se explicar posteriormente. Ou não sabe se expressar bem oralmente que precisa se justificar por escrito, ou está se rendendo às críticas da minoria radical, que não vê com bons olhos essa aproximação de outras obediências brasileiras.

Vale mencionar também a presença no evento do ilustre Irmão Múcio Bonifácio, próximo Grão-Mestre Geral do GOB, como o próprio GMG Ricardo de Carvalho fez questão de mencionar em algumas ocasiões. O Irmão Múcio esbanjou simpatia e simplicidade durante o evento, não distinguindo irmãos por obediência e apresentando uma visão bastante fraterna e prática sobre a maçonaria brasileira em geral e o GOB em particular. Muitas lideranças viram com bons olhos sua presença e colocações, e acreditam que as relações interpotenciais brasileiras irão melhorar bastante durante sua gestão.

Enfim… de tédio não morreremos.

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UPDATE (30/07/2018):

A CMSB e a COMAB emitiram juntas um documento chamado “Memória Histórica e Descritiva“, que derruba os já mencionados “equívocos” do comunicado oficial do GMG do GOB, Ricardo de Carvalho. Enquanto o Irmão Ricardo deixou a entender que foi para Aracaju pra falar de DeMolay e acabaram abordando outros assuntos, o que gerou a Carta de Aracaju, então expedida à sua revelia, a CMSB e a COMAB confirmam todo o “entusiasmo” do Irmão Ricardo com a ideia da carta, bem como seu protagonismo em momentos da reunião, apoiando propostas, conduzindo votações e indicando membros para comissões. Confirma-se assim uma realidade bem distinta do que se pintou no referido comunicado oficial.

XLVII Assembleia Geral Ordinária da CMSB

XLVII Assembleia Geral Ordinária da CMSB

A CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, que congrega as 27 Grandes Lojas brasileiras e soma mais de 110 mil maçons regulares, realizou em Vitória-ES, nos últimos dias 04 a 08 de julho sua XLVII Assembleia Geral Ordinária, tendo a GLMEES – Grande Loja Maçônica do Estado do Espírito Santo como anfitriã.

O Sereníssimo Grão-Mestre, Irmão Walter Noronha, e seu Adjunto, Irmão Valdir Massucatti, lideraram uma equipe de mais de uma centena de irmãos voluntários, divididos em comissões que garantiram o sucesso do evento. Além disso, contando com todo o apoio das lojas maçônicas da jurisdição, a GLMEES adotou um sistema em que cada loja assumia a responsabilidade de ciceronear uma comitiva, o que deu um ar mais amistoso e fraterno ao evento.

A abertura, realizada no principal centro de convenções da cidade, mostrou, logo de início, a grandiosidade que seria o evento. Além dos 27 Grãos-Mestres das Grandes Lojas e do Soberano Grande Comendador do SC33 (Supremo Conselho do Grau 33, de Jacarepaguá, o único brasileiro reconhecido pela conferência internacional de Supremos Conselhos), Mui Poderoso Irmão Jorge Lins, estiveram presentes o Secretário-Geral da CMSB, Irmão Jordão Abreu da Silva Júnior; o Soberano Grão-Mestre Geral do GOB – Grande Oriente do Brasil, Irmão Ricardo de Carvalho; o Secretário-Geral da COMAB – Confederação Maçônica do Brasil, Irmão PGM Lázaro Emanuel Franco Salles; além de mais de uma dúzia de Grãos-Mestres e autoridades representantes da Maçonaria de países como: Espanha, Paraguai, Uruguai, Argentina, Bolívia, Peru, Panamá, Estados Unidos, Sérvia, França, Romênia, Gabão e Haiti.

Enquanto que essa Assembléia Geral da CMSB escreveu uma nova página na história nacional da maçonaria, ao contar com a presença dos representantes maiores das três vertentes maçônicas brasileiras, GOB, CMSB e COMAB, na mesma mesa diretora, algo provavelmente inédito e impensado nos últimos 10 anos; também explicitou a relevância da CMSB perante a comunidade maçônica regular mundial, contando com a presença dos três candidatos ao posto de Secretário-Executivo da Conferência Mundial de Grandes Lojas Regulares (oriundos da Espanha, Romênia e Sérvia), cuja eleição ocorrerá em novembro, no Panamá.

Foi uma grande honra atender ao convite dos irmãos Walter Noronha e Valdir Massucatti para realizar palestra nesse evento, que é o maior evento maçônico do Brasil, sempre somando mais de mil participantes. Pude rever amigos, acompanhar os bastidores de debates e decisões positivas para nossa Sublime Ordem, e iniciar o diálogo com duas importantes Grandes Lojas acerca de futuras parcerias com a Escola No Esquadro. Agradeço ao Irmão Rafhael Guimarães por todo apoio e suporte dado durante minha estadia.

A próxima Assembleia Geral Ordinária será em Brasília – DF, entre os dias 03 e 07 de julho de 2019. E será um grande desafio para a comissão organizadora, liderada pelo Sereníssimo Grão-Mestre, Irmão Cassiano Teixeira de Morais, alcançar o mesmo nível de satisfação dos participantes desta última edição. Mas quem conhece o Irmão Cassiano sabe que ele adora um desafio, e todos estão trabalhando muito para ajudá-lo a vencer.

Encontro com Ricardo de Carvalho – novo Grão-Mestre Geral do GOB

Encontro com Ricardo de Carvalho – novo Grão-Mestre Geral do GOB

No último dia 26, o GODF-GOB, por iniciativa de seu Eminente Grão-Mestre, Lucas Galdeano, e de toda sua equipe, realizou mais um Encontro Fraterno, dessa vez com o recém-empossado Grão-Mestre Geral do GOB, Irmão Ricardo de Carvalho, Ex-Presidente da SAFL – Soberana Assembleia Federal Legislativa do GOB, cuja posse ocorreu no último dia 24. O Encontro Fraterno anterior havia ocorrido no dia 25 de novembro do ano passado, quando foi promovido o histórico debate entre os então candidatos a Grão-Mestre Geral, Ballouk Filho (oposição) e Barbosa Nunes (situação). E mais uma vez, tive a oportunidade de participar como observador.

Nesta nova edição, o GODF deu a oportunidade de seus Veneráveis Mestres e demais membros inquirirem o recém-empossado Grão-Mestre Geral, Ricardo de Carvalho, apenas 02 dias após sua posse, sobre o cenário atual vivido pelo Grande Oriente do Brasil. E os irmãos não tiveram pudor em questioná-lo sobre os temas gobianos em voga.

O Irmão Ricardo apresentou-se bem articulado, informado e com oratória e carisma superiores as de seu antecessor. Ele é visto como membro do grupo político de Múcio Bonifácio, que o antecedeu na presidência da SAFL, tendo-o conduzido a tal posto que lhe garantiu o atual posto de Grão-Mestre Geral no último final de semana, por consequência da linha sucessória. Múcio atualmente substitui o saudoso Barbosa Nunes como cabeça da chapa de situação ao Grão-Mestrado, o que levará a uma ironia (ou não) do destino, pois, enquanto Múcio empossou Ricardo como Presidente da SAFL, ao que tudo indica, logo Ricardo poderá retribuir o favor, empossando Múcio como Grão-Mestre Geral do GOB.

O Soberano Ricardo iniciou seu discurso apresentando sua visão sobre o papel da Maçonaria na sociedade, defendendo a ideia de que a Maçonaria brasileira deve buscar transformar o Brasil por meio da cultura e da educação. Em suas palavras, “a Maçonaria (brasileira) é um paciente terminal pela falta de objetividade”.

Questionado quanto à crise eleitoral vivida atualmente pelo GOB, declarou que a culpa de tudo isso é do Superior Tribunal Eleitoral do GOB, que não foi célere quanto aos acórdãos para homologação e impugnação das chapas dentro do calendário eleitoral, adiando a eleição e criando toda esta celeuma. Afirmou que não será iniciado um novo processo eleitoral, pois o processo eleitoral ainda está ocorrendo, no qual há apenas uma Chapa homologada dentro do prazo, que é a chapa encabeçada por Múcio Bonifácio. Ainda, que essa chapa não precisa, em seu ponto de vista, de alcançar maioria dos votos para ser eleita. Pois, mesmo que todos votem nulo e ela tenha apenas um único voto favorável, será declarada eleita.

Em outras palavras, a eleição será apenas “pró-forma”, pois somente há um resultado aceito. Nos próximos cinco anos, o GOB será governado por alguém que escolheu ser candidato, independente se foi ou não escolhido pelo seu povo maçônico, que, pelo dito, nem ao menos terá o direito de rejeitá-lo.

O Irmão Ricardo também colocou-se a favor do início de um diálogo com as demais obediências maçônicas brasileiras, não descartando a possibilidade de reconhecimento, de auxílio ao reconhecimento internacional e de uma agenda comum quanto a ações sociais, por exemplo. Abordou ainda seu interesse em colaborar para o processo já iniciado de unificação da Ordem DeMolay brasileira, informando que estará presente no CNOD do SCODRFB, em Aracajú, no mês que vem, acompanhado de uma comitiva de Grão-Mestres Estaduais do GOB.

Sobre a suspensão preventiva do Deputado Federal (maçônico) da SAFL, William Carvalho, que ganhou notoriedade nos últimos dias por ter sido retirado “coercitivamente” de uma assembleia da SAFL, o Irmão Ricardo defendeu que a suspensão foi devida, pelo mesmo ter ridicularizado em redes sociais o então Grão-Mestre Geral do GOB, atentando assim contra a instituição do Grão-Mestrado e, consequentemente, do Grande Oriente do Brasil. Afirmou ainda que nenhuma suspensão recomendada pelo judiciário maçônico nos últimos anos foi contestada ou derrubada na justiça comum, o que, a seu ver, legitima as decisões.

E, como três perguntas ficaram, de certa forma, sem respostas, tomei a liberdade de enviá-las ao Soberano Irmão Ricardo de Carvalho, que gentil e fraternalmente as respondeu:

1 – As contas do Marcos José foram reprovadas? Quais as consequências disso?

GMG RicardoAs contas do Soberano Marcos José da Silva não foram reprovadas. Cabe tão somente ao Tribunal de Contas por dever constitucional analisar as contas, aprova-las ou reprova-las. O relatório do Tribunal de Contas foi pela aprovação das contas. A Comissão de Orçamento e Finanças da SAFL, por força do regimento interno daquela Casa Legislativa, tem a função de recepcionar e analisar o relatório emitido pelo Tribunal de Contas e, suscitada alguma dúvida, requerer ao tribunal a explicação daquilo que foi observado. O relatório da Comissão de Orçamento e Finanças da SAFL foi pela aprovação das contas. O que a SAFL rejeitou foi na realidade o relatório. Não apontando no prazo de 30 dias, nos quais as contas ficam à disposição, qualquer dúvida ou apresentando qualquer requerimento para que seja provida pelo tribunal ou pela Comissão de Orçamento e Finanças a devida informação, até diligências se for o caso, em tese, a reprovação do relatório da Comissão de Orçamento e Finanças sem especificar qual item das contas poderia ter gerado o motivo da reprovação, poderá gerar a interpelação da SAFL pelos órgãos competentes, afim de que, textualmente, tragam a luz os motivos e os itens que geraram tal comportamento.

2 – Você concordou com a aquisição da BMW? O que fará com ela enquanto Grão-Mestre Geral?

GMG RicardoFoi previsto na dotação orçamentária do GOB uma rubrica específica para troca dos veículos de propriedade do GOB. A escolha do veículo não é atributo da SAFL nem de qualquer maçom em particular. Parte do entendimento da necessidade e do que o veículo possa oferecer à obediência. Sendo assim, cumprido o que o orçamento permite, observando que, o negócio realizado com a troca foi um bom negócio para o GOB no aspecto financeiro. O carro é patrimônio da instituição. Poderá ou não estar na próxima lei de diretrizes orçamentárias a previsão de verba para sua troca. Entendo que caberá ao Grão-Mestre em gestão no melhor entendimento substituí-la por um carro que ele entenda melhor atender às suas necessidades e as necessidades do GOB.

3 – O mecanismo de suspensão preventiva existe para prevenir prejuízos processuais ou garantia de ordem, mas, no caso de calúnia, injúria e difamação, ela nada previne, pois não tira do acusado acesso às redes sociais, etc. Deixa, assim, de ter caráter “preventivo” para ter, exclusivamente, caráter “punitivo” antes de um julgamento de fato. Você concorda com a aplicação de suspensão preventiva nesses casos específicos, como nos casos de William Carvalho, de João Guilherme e de tantos outros? Por que?

GMG RicardoA suspensão de todo e qualquer maçom pelo Grão-Mestrado Geral, conforme o artigo 77 da constituição do GOB, só é realizada de acordo com o procedimento devidamente fundamentado pelo Ministério Público maçônico ou por recomendações do judiciário. O Grão-Mestrado Geral não promove nenhum ato de suspensão de qualquer um dos seus membros por iniciativa própria, sendo observado ao suspenso o mais amplo direito de defesa e do contraditório no tribunal competente. Em relação aos casos citados, todos os processos correm nos tribunais maçônicos e, não se tratando de segredo de justiça, é acessível a todo e qualquer maçom para que possa formar um juízo com total conceito e conhecimento dos fatos que originaram a aplicação do artigo 77.

 

Dizem que, para bom entendedor, meia palavra basta. Como ouso me considerar um bom entendedor, farei um resumo do que entendi ao interpretar as entrelinhas das respostas:

1 – É picuinha. A SAFL tem 30 dias para desistir da queda de braço ou dar uma boa desculpa, ou corre o risco de se arrepender depois.

2 – A compra da BMW pode não ter sido moral, mas foi legal. Não vou mexer nisso porque estou só de passagem. Vou deixar esse assunto pro próximo GMG resolver. Se ele quiser rodar de BMW ou de Uber, o problema será dele.

3 – Se o Ministério Público ou o Tribunal de Justiça maçônico recomenda, tem que meter a caneta e suspender mesmo. É o que farei se chegar alguma recomendação de suspensão preventiva pra mim.

 

Balanço final do Encontro Fraterno:

O Eminente Grão-Mestre do GODF, Irmão Lucas Galdeano, fez mais um gol de placa ao proporcionar ao seu povo maçônico do GODF a oportunidade de ter acesso direto e em primeira mão ao recém-empossado Grão-Mestre Geral do GOB, Irmão Ricardo de Carvalho, tirarem suas dúvidas e fazerem os questionamentos que consideravam pertinentes. Já o conteúdo das respostas dadas pelo Soberano Irmão Ricardo, apesar de revestidas da legalidade gobiana, de um discurso assimilável e postura extremamente segura, não agradou a maioria dos participantes, que nitidamente se despediram sem estarem “felizes e satisfeitos” com o que ouviram.

De toda forma, o Irmão Ricardo está agora sentado no Trono de Ferro desse Game of Thrones Gobiano, no qual reinos desejam sua independência e nobres reivindicam a coroa para si, entre batalhas e alianças que se intensificam com a chegada do Inverno. Espera-se que demonstre gestos de boa fé e tome boas decisões durante seu curto governo à frente desse Westeros maçônico com seus 27 Reinos.

Escola No Esquadro busca por Lojas Parceiras

Escola No Esquadro busca por Lojas Parceiras

A Escola No Esquadro é a primeira plataforma de cursos online de Maçonaria no Brasil, tendo por objetivo tornar o conhecimento maçônico mais acessível, em todos os sentidos, “em busca de mais luz na Maçonaria” aos irmãos das três vertentes regulares brasileiras: GOB, Grandes Lojas da CMSB e Grandes Orientes da COMAB. O desenvolvimento inicial deste projeto somente foi possível graças ao apoio de 05 Lojas Maçônicas: José Rocha Neto #133 (GLMERJ), União Fraternal de Salvador #11 (GOBA), Tiradentes #65 (GLMEES), Flor de Lótus #38 (GLMDF), e Fraternidade Sumareense #3734 (GOSP-GOB).

Seguindo um modelo inovador de educação organizacional, mais eficiente no desenvolvimento dos participantes do que os modelos tradicionais de educação, os cursos de curta duração oferecidos pela Escola No Esquadro permitem que o irmão se desenvolva naquelas áreas de conhecimento que tenha maior deficiência ou interesse.

Após seu lançamento, em junho de 2017, dois cursos foram concluídos e disponibilizados: Introdução à Maçonaria e História da Maçonaria no Brasil. Desde então, mais de uma centena de irmãos concluíram os mesmos. Em janeiro de 2018, a Secretaria Executiva da CMI – Confederação Maçônica Interamericana, convidou a Escola No Esquadro para conduzir uma pesquisa nacional sobre a Maçonaria, cujos resultados foram apresentados em abril deste ano, em sua Grande Assembleia Geral, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. E em fevereiro deste ano a COMAB, reunida em sua Assembleia Geral, em Goiânia – GO aprovou a recomendação dos cursos da Escola No Esquadro para seus membros.

Outros cursos estão sendo atualmente trabalhados e muitos outros precisam ainda ser desenvolvidos em prol da educação maçônica, mas os desafios são grandes e para vencê-los precisamos de ajuda. Por essa razão, procuramos por Lojas Maçônicas que tenham a mesma visão pioneira e educacional que aquelas 05 primeiras que apoiaram a criação desta escola, de forma a viabilizar o lançamento de novos cursos.

Aqueles interessados em intermediar nosso contato com sua Loja, entre em contato conosco por e-mail: escola@noesquadro.com.br