IRMÃOS, PAREM DE INFRINGIR A LEI!

IRMÃOS, PAREM DE INFRINGIR A LEI!

Participo de incontáveis grupos maçônicos de WhatsApp. Muitas vezes, deparo-me em um grupo desconhecido, tendo sido simplesmente colocado lá, sem receber qualquer convite nem dar meu consentimento. Nestes casos, costumo pedir desculpas e sair do grupo. Infelizmente, alguns irmãos perdem a noção, achando que as regras básicas de educação não se aplicam online.

Uma coisa é você atender a um convite para ir à casa de um amigo, conhecer algumas pessoas e conversar sobre algum assunto, específico ou não. Outra coisa bem diferente é você acordar em um lugar cheio de desconhecidos, sem saber como foi parar lá e então saber que te levaram para lá sem seu consentimento. Se observarmos bem, isso é o mesmo que sequestro. Mas, apesar de algo sem noção e sem educação, ainda não é crime.

Entretanto, há algo pior. Algo ilegal, que acontece em muitos desses grupos de maçonaria. Quase que diariamente, a lei 9.610, de 19/02/1998, é infringida em um grupo maçônico de WhatsApp. Trata-se da lei de direitos autorais.

Quem nunca viu o PDF de um livro relativamente recente sendo publicado, na íntegra, em um desses grupos? A Trilogia do Templo, do irmão Zé Rodrix, é um belo exemplo que circula por aí.  Essa reprodução e distribuição sem autorização são crimes previstos no artigo 184 do Código Penal, com pena prevista de detenção de três meses a um ano, ou multa.

Numa escola de moralidade como a Maçonaria, em que todos deveriam estar comprometidos a seguir as leis de nossas cidades, estados e país, esse tipo de transgressão é inadmissível, sendo passível de condenação, não apenas profana, mas maçônica.

Quando você comete esse crime, você está sendo responsável pela subestimação do trabalho intelectual, muitas vezes de um irmão; pelo desestímulo da produção intelectual, especialmente literária; pela negação da reedição de uma obra; pela baixíssima remuneração autoral; pelos altos preços dos livros no Brasil; pelo crescente desemprego no setor editorial; etc.

Outro dia vi compartilhado um dos três livros da trilogia de Zé Rodrix em um dos grupos que faço parte. Para meu espanto, havia sido compartilhado por um… escritor. Isso mesmo: um escritor, com meia dúzia de livros maçônicos publicados. Então perguntei se ele poderia fornecer também os arquivos das obras dele, para que eu pudesse compartilhar nos grupos que faço parte. Não demorou muito para que a “ficha caísse”. Ele acabou apagando o arquivo no grupo e pedindo desculpas. Mas foi lamentável presenciar esse nível de egocentrismo, de desrespeito ao próximo (um irmão) e o resultado de seu trabalho.  

Respeitar a lei é um dever de todo cidadão, especialmente do maçom.  

A maior biblioteca maçônica digital do mundo

A maior biblioteca maçônica digital do mundo

É brasileira! São milhares de arquivos, desde as obras maçônicas mais clássicas até os artigos acadêmicos mais atuais relacionados à Maçonaria, disponíveis gratuitamente para leitura. Há obras em português, espanhol, inglês, francês e alemão, divididas por tema:

  • ACADÊMICOS: edições completas dos principais periódicos científicos do mundo dedicados à Maçonaria; além de TCCs sobre a Maçonaria, desde monografias de graduação até teses de doutorado. 
  • BOLETINS e JORNAIS ANTIGOS: centenas de números distintos de boletins e jornais maçônicos brasileiros do século XIX e dos primeiros anos do século XX.
  • DICIONÁRIOS e ENCICLOPÉDIAS: dicionários e enciclopédias maçônicas publicados em português e inglês. 
  • GESTÃO MAÇÔNICA: planejamentos estratégicos e materiais de apoio para gestores maçônicos de várias Grandes Lojas do mundo.
  • HISTÓRIA DA MAÇONARIA: obras sobre a história da Maçonaria no mundo e em diversos países, incluindo o Brasil.
  • LEGISLAÇÕES: desde as constituições mais antigas até as atuais de diversas Grandes Lojas. 
  • MAÇONARIA e RELIGIÃO: artigos e livros de religiosos, maçons ou não, interpretando a Maçonaria, rasa ou profundamente, à luz de suas convicções religiosas.
  • OBRAS CLÁSSICAS: grandes clássicos da maçonaria mundial, que moldaram e mudaram os rumos da Maçonaria, como Maçonaria Dissecada, TDK, Ahiman Rezon, Moral & Dogma, dentre muitos outros de autores como Webb, Preston e Mackey.
  • PUBLICAÇÕES CMSB: comunicações oficiais da CMSB publicadas ao longo dos anos.
  • RITOS e RITUAIS: obras nacionais e estrangeiras, dos ritos tradicionalmente adotados pelas Grandes Lojas brasileiras, o REAA, o Rito de York e o de Schroeder, além de obras relativas a outros ritos e rituais.
  • SIMBOLOGIA e FILOSOFIA: obras com estudos sobre esse “belo sistema de moralidade, velado em alegorias e ilustrado por símbolos”.
  • TEMAS MAÇÔNICOS GERAIS: miscelânea de obras antigas e atuais, de diferentes países, dedicadas aos mais diversos temas maçônicos.

O acesso é livre: https://cmsb.org.br/biblioteca/ Isso porque a CMSB, mantenedora da biblioteca, que contou com o apoio do No Esquadro neste projeto, optou por garantir o acesso livre para que não apenas os membros das Grandes Lojas confederadas possam ter acesso, mas todos os irmãos, pesquisadores e estudiosos.

Muitos dos documentos disponíveis eram inacessíveis até então. Agora, estão classificados e reunidos em uma única plataforma, o que proporciona comodidade e facilidade aos interessados. Assim, a CMSB promove o acesso à informação e a democratização do conhecimento maçônicos, permitindo uma evolução mais eficiente do ensino e pesquisa da Maçonaria brasileira.  

Lançado o livro ORDEM SOBRE O CAOS

Lançado o livro ORDEM SOBRE O CAOS

Em setembro, divulgamos a campanha de financiamento coletivo para a publicação do livro de lançamento da editora No Esquadro: ORDEM SOBRE O CAOS. Com o sucesso da campanha, conseguimos garantir a publicação e, após o envio prioritário dos exemplares aos apoiadores, a obra está agora disponível aos demais irmãos interessados.

O livro é um tratado sobre história, funcionamento e ensinamentos dos 33 graus do REAA – Rito Escocês Antigo e Aceito – alicerçado nas principais obras nacionais e internacionais escritas sobre o tema nos últimos 200 anos.

Prefaciada pelo Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33, Irmão Jorge Lins, a obra descreve a incrível história do REAA, seu desenvolvimento até chegar ao Brasil, como é seu funcionamento no país e no mundo, e então decodifica grau por grau, do 1 ao 33, cada lenda, principais símbolos, filosofia, teologia e princípios éticos e morais contidos, revelando as ligações ocultas entre eles e os objetivos a serem inculcados em cada grupo de graus.

Com 300 páginas, feito em capa dura e com miolo em pólen soft, o livro ainda conta com um pôster preenchível, sendo uma releitura nacional do lado esquerdo da escada da famosa ilustração de Everett Henry, chamada “A Estrutura da Maçonaria” e originalmente publicada na revista Life, em 1956.

Você pode adquirir o livro na página da Escola No Esquadro (CLICANDO AQUI).

CMSB lança concurso literário

CMSB lança concurso literário

Recentemente, a CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – que reúne as 27 Grandes Lojas brasileiras, em busca de cumprir o que preconiza seu estatuto social, no 3o. artigo, item X, que define como uma de suas finalidades “promover a impressão e edição de obras, impressos e serviços para a comunidade maçônica ou ao público em geral“, lançou a Editora CMSB e tornou público entre os membros de suas Grandes Lojas, dos Grandes Orientes Estaduais do GOB e dos Grandes Orientes da COMAB seu concurso literário, com o tema:

MAÇONARIA: PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

A participação é gratuita. Serão aceitos apenas artigos inéditos que sejam submetidos dentro das seguintes diretrizes:

  • mínimo de 05 e máximo de 15 páginas, tamanho A4, excluindo eventuais capas e incluindo referências bibliográficas;
  • submetido por autor ou, no máximo, dois autores, regular(es) em Grande Loja confederada à CMSB, Grande Oriente federado ao GOB, ou Grande Oriente confederado à COMAB, em arquivo de Word (.doc ou .docx);
  • artigo deve conter título específico (diferente do tema), qualificação e e-mail dos autores em nota de rodapé, estar formatado com fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas Simples, com 2 cm de margens superior e inferior, direita e esquerda;
  • ainda, deve conter um mínimo de 05 (cinco) referências bibliográficas, que devem estar referenciadas no corpo do artigo, seja como citação direta ou indireta;
  • o artigo deve estar diretamente relacionado ao tema.

As submissões devem ser enviadas via e-mail, para comunica@cmsb.org.br, tendo por assunto CONCURSO LITERÁRIO. O prazo máximo é até o dia 31 de janeiro de 2020. Artigos em formato ou formatação distinta das diretrizes deste edital serão desconsiderados.

O conselho editorial selecionará até 20 artigos, que serão publicados em uma coletânea, cujo lançamento ocorrerá após a abertura da CMSB 2020, em Aracajú. Cada artigo selecionado terá como premiação 05 exemplares, destinados gratuitamente ao(s) autor(es) do mesmo. O autor único ou principal (primeiro) do artigo eleito como o melhor entre os selecionados ainda ganhará como prêmio uma inscrição para a CMSB 2020, para participar do lançamento da coletânea. Os demais autores que estiverem inscritos e presentes no momento do lançamento também poderão participar e autografar exemplares durante o mesmo.

Ao submeter seu artigo o(s) autor(es) concordam em transferir os direitos de edição, publicação e comercialização da obra à CMSB, sem remuneração.

Assista ao vídeo do Secretário-Geral da CMSB, Cassiano Teixeira de Morais, falando mais sobre esse interessante projeto:

ORDEM SOBRE O CAOS – conheça e apoie este projeto!

ORDEM SOBRE O CAOS – conheça e apoie este projeto!

Desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, o livro ORDEM SOBRE O CAOS, é um tratado sobre história, funcionamento e ensinamentos dos 33 graus do REAA – Rito Escocês Antigo e Aceito – alicerçado nas principais obras nacionais e internacionais escritas sobre o tema nos últimos 200 anos.

A obra descreve a incrível história do REAA, seu desenvolvimento até chegar ao Brasil, como é seu funcionamento no país e no mundo, e então decodifica grau por grau, do 1 ao 33, cada lenda, principais símbolos, filosofia, teologia e princípios éticos e morais contidos, revelando as ligações ocultas entre eles e os objetivos a serem inculcados em cada grupo de graus.

Trata-se da obra inaugural da editora No Esquadro, já devidamente registrada na Biblioteca Nacional.

Com liberdade para trabalhar de forma que essa obra ganhe a forma que merece, a No Esquadro firmou contrato com o talentoso ilustrador Felipe Bandeira, da Lápis Designer, que desenvolveu a arte final do pôster, que irá como encarte, e a da capa do livro.

O pôster é uma releitura nacional do lado esquerdo da escada da famosa ilustração de Everett Henry, chamada “A Estrutura da Maçonaria” e originalmente publicada na revista Life, em seu volume 41, número 15, no dia 8 de outubro de 1956. O artista utilizou os títulos dos graus e os paramentos oficiais conforme adotado no Brasil. Será impresso em tamanho grande, de aproximadamente 30cm x 42 cm, em papel couchê, 115g. Ele é preenchível com o nome do maçom e as datas em que galgou os graus por iniciação, podendo ser preenchido conforme vai avançando na senda do REAA.

Já a capa foi desenvolvida tomando por inspiração a clássica publicação de Morals and Dogma, de Albert Pike, e outras obras clássicas da Maçonaria que tinham por comum a capa dura em cor sólida e detalhes em dourado. ORDEM SOBRE O CAOS também terá capa dura, honrando essa antiga tradição, além de papel pólen em seu miolo, o que proporcionará conforto superior, tanto na leitura quanto no passar das páginas.

Ainda, cada grau decodificado na obra é ilustrado com seus respectivos painéis, desenhados pelo mais famoso ilustrador maçônico brasileiro, João Guilherme da Cruz Ribeiro.

E, para completar o projeto, a No Esquadro idealizou e encomendou de empresa especializada, uma caixa de luxo, rígida, em preto fosco, com tampa personalizada com a Águia Bicéfala, e divisórias em seu interior destinadas ao livro, ao pôster enrolado e um porta-objeto. Essa caixa de luxo poderá ser utilizada também para guardar os rituais do REAA, seus certificados de grau e as comendas dos corpos. A edição das caixas de luxo, contendo livro e pôster personalizado, é limitada em apenas 100 unidades.

Por fim, mesmo uma obra tão especial e desenvolvida com tanto carinho precisa ser devidamente avaliada e apresentada. No caso de ORDEM SOBRE O CAOS, não poderia haver crivo melhor: o prefácio está sendo escrito por ninguém menos que o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, Jorge Lins.

Para que este projeto torne-se realidade, estamos fazendo uma campanha de crowdfunding no Catarse e contamos com seu apoio. Saiba mais a respeito, CLICANDO AQUI.

UM CLÁSSICO MAÇÔNICO NUNCA MORRE…

UM CLÁSSICO MAÇÔNICO NUNCA MORRE…

A Maçonaria brasileira vem vivendo uma fase de transição, o que tem proporcionado transformações nas obediências, suas relações, práticas dos ritos, posturas sociais, cultura organizacional, etc. Termos como Maçonaria Executiva surgem nessa fase, numa tentativa de nominar e alavancar essa transição. E a educação maçônica, parte integrante e fundamental da maçonaria enquanto uma escola de moral, vem experimentando tal transformação, com o surgimento de cursos, ferramentas e o início de uma nova literatura maçônica, mais próxima da escola autêntica.

Nesse contexto, obras maçônicas clássicas, algumas com mais de 200 anos, têm ganhado a atenção de tradutores. Entre elas, podemos citar Maçonaria Dissecada, de Samuel Prichard; Constituição de Anderson, de James Anderson; Ahiman Rezon, de Laurence Dermott; Esclarecimentos de Maçonaria, de William Preston; O Monitor dos Franco-Maçons, de Thomas Smith Webb; Moral e Dogma, de Albert Pike; algumas obras de Albert Mackey; dentre outras. Eu mesmo dediquei-me a traduzir e comentar uma dessas obras clássicas, no caso a Ahiman Rezon.

Mas, considerando o histórico maçônico brasileiro de casos claros de endeusamento e fanatismo com clássicos e seus autores, o que sugere que bom senso e senso crítico não são itens que já vêm de fábrica em todos os irmãos, faz-se necessário expor um alerta.

O histórico a que me refiro é quanto a Constituição de Anderson, cujo alerta foi feito em 2015. Apenas alguns anos depois do lançamento de sua segunda edição, ainda no século XVIII, a então Grande Loja da Inglaterra necessitou e realizou a promulgação de uma nova constituição, sem qualquer participação de Anderson. Já são mais de 250 anos que a Constituição de Anderson, por aberrações em seu conteúdo, não é mais adotada. Entretanto, não é raro deparar-se com uma legislação maçônica brasileira que declara aceitar “sem reservas” a Constituição de Anderson, mesmo havendo vários pontos de conflito entre a mesma e sua própria legislação. Não bastasse, cobra submissão à Constituição de Anderson em certos juramentos.

A Constituição de Anderson não tem qualquer valor legal, nem mesmo na Inglaterra, há séculos. Seu valor atual é apenas e exclusivamente histórico. O mesmo ocorre com a Constituição dos Antigos, a Ahiman Rezon, que tive o prazer de traduzir e comentar. Ninguém deve segui-la, muito menos jurar segui-la!  

E assim como essas duas constituições maçônicas não têm mais valor legal, mas apenas histórico, servindo de base para estudos e compreensões, o mesmo se aplica aos demais clássicos. Autores como Preston e Webb, do século XVIII, foram retificados por autores como Mackey e Pike, no século XIX. Estes foram retificados por outros como Coil e de Hoyos, no século XX. E esses, com certeza, serão retificados por novos autores neste século XXI. Trata-se da ordem natural das coisas.

Pegando a medicina como exemplo, não há comparação entre um livro de anatomia do século XVIII e um do século XX. Houve uma série de avanços, descobertas e novas compreensões, reduzindo muito do achismo, crendices e romantismo que permeavam a Medicina no século XVIII. O livro de anatomia do século XVIII é um clássico, uma referência antiga para fins de compreensão da evolução histórica da medicina, um marco a ser lembrado e respeitado. Mas não deve servir de base de estudos para um estudante de Medicina. Seu conteúdo não pode ser levado como uma verdade absoluta e imutável por qualquer estudante ou profissional da área. E o mesmo ocorre com os clássicos maçônicos.

A Constituição de Anderson não é uma lei válida, muito menos um princípio de regularidade. Moral e Dogma não é a visão oficial do Supremo Conselho “Mãe do Mundo”, muito menos a Bíblia do Rito Escocês. Os Landmarks de Mackey não são adotados pela maioria das obediências regulares do mundo, muito menos são universais. Nenhuma obra desses autores é palavra final sobre esses assuntos, mas apenas as primeiras relevantes, e por serem as primeiras, são clássicas. Servem de ponto inicial de análise, de parâmetro de comparação evolutiva, de primeiros degraus de uma escada infinita ainda em construção.

Voltando à Ahiman Rezon, é a chave para a compreensão da rivalidade entre Antigos e Modernos e as variações nos ritos maçônicos. Mas se alguém a ler sem ler e estudar Anderson, Preston, Antigos x Modernos, e os ritos maçônicos atuais, nada compreenderá ou tirará de útil.

A leitura de uma obra clássica sem o acompanhamento de outras obras, inclusive mais atuais, é como um ponto solitário, que não forma uma linha, muito menos um sólido. E é solidez que se espera na construção do pensamento maçônico. Um clássico nunca morre. Então não morra nele.