por Kennyo Ismail | jan 28, 2012 | Poesias
Aqui é o nosso pequeno mundo
Ele vai desde o oriente ao ocidente
E do norte ao Sul, alcançando o firmamento
Onde o céu estrelado é permanente.
E apesar de algumas nuvens
Aqui nunca chove. Nem garoa, nem tempestade
Nem mesmo uma gota de goteira entra
Mas isso não impacta na abundância e prosperidade.
Aqui não há ricos e pobres,
Importantes e insignificantes,
Comunistas e capitalistas,
Ou natos e imigrantes.
Aqui todos são iguais, sem distinção
Tratando uns aos outros como irmãos
Sem levar em conta cor, idade, classe,
Partido político ou até mesmo religião.
Pois aqui respeitamos as diferenças
E focamos nos pontos de igualdade:
A crença no Grande Arquiteto do Universo
E a busca da felicidade da humanidade.
O nome desse pequeno mundo
Construído sobre a base do amor
É simplesmente Loja Maçônica
E o maçom a encontrará, seja aonde for.
Kennyo Ismail
por Kennyo Ismail | dez 16, 2011 | Poesias
A porta é estreita. Deixam-me abrir os olhos
O espaço é pouco, o lugar quente e úmido
O breu é abalado pela chama duma vela
Estou trancado num lugar em luto.
Luto de quem? Eu me pergunto
Enquanto olho à mesa em minha frente
Então me deparo com uma resposta
Não prevista em minha mente.
Um testamento ali me aguardava
E eu não era o beneficiário, era o testador
Pronto para registrar minhas últimas palavras
E morrer para esta vida. Uma morte sem dor.
Respirei fundo e observei melhor a mesa
E nela um crânio humano repousava.
Indaguei: Quem seria ele?
O que ele fez durante sua jornada?
Então compreendi que aquele tivera
O mesmo fim para o qual fui eleito
Amanhã outros questionarão quem fui
E quais foram nessa vida os meus feitos.
Tudo era uma questão de tempo
Tempo esse tênue como o ar
Ou como a areia nesta ampulheta
Que não pára de escoar…
E apesar da escuridão das paredes
Ali estava clara a minha missão
VITRIOL me mostraria
Que aquela não era uma morte em vão.
Eu estava simbolicamente morrendo
Para visitar o meu Eu Interior, tão sombrio
E ali desbastar minhas arestas, retificar-me
Para então renascer mais polido.
Kennyo Ismail
por Kennyo Ismail | out 30, 2011 | Poesias
O emblema fala por si:
No esquadro a retidão
No G a sagrada ciência
E no compasso a perfeição.
Assim, todo maçom aprende
O que a Geometria ensina
Que através do trabalho correto
Constrói-se uma obra-prima.
Pois o maçom é uma pedra bruta
Que deve ser devidamente polida
E isso é um trabalho a ser feito
Em todos os momentos de sua vida.
Escocês, York, Schröder, Moderno,
Brasileiro, Adonhiramita ou Emulação,
Todos, sistemas completos de moral
Que transformam mente e coração.
São apenas diferentes caminhos
Que tem na irmandade um ideal
Independente de Rito, todo maçom
Reconhece um ao outro como tal.
Kennyo Ismail
por Kennyo Ismail | set 28, 2011 | Poesias
Entre colunas estamos cobertos
O pórtico é guardado pela espada
Todos os presentes são irmãos
E a oficina está paramentada.
Os cargos estão preenchidos
E os oficiais sabem suas atividades
O número de presentes é legal
O que garante a regularidade.
As Luzes representam o Sol
Em seu movimento diário
E os Diáconos levam a Palavra
Como se levassem um relicário.
Estando tudo justo e perfeito
A Loja é devidamente aberta então
Atendendo ao Altar dos Juramentos
E tendo como patronos os de nome João.
Livro aberto, Salmo lido
Esquadro e Compasso são dispostos
Três gritos de viva numa antiga língua
Esses são os nossos votos.
O painel é apresentado no centro
Com toda simbologia do grau ali disposta
O expediente pelo Secretário é decifrado
E circula a Bola de Propostas.
Ordem do Dia, Instruções
Tempo de estudo e debate
E antes do Encerramento
Circula o Tronco de Solidariedade.
Do meio-dia a meia-noite
O maçom simbolicamente trabalha
É contra a ignorância e o fanatismo
Que a Maçonaria trava sua batalha.
Em nossas reuniões trabalhamos
Ensinamos e aprendemos
Assim o amor e a concórdia reinam
Dentro de nossos Templos.
por Kennyo Ismail | set 16, 2011 | Poesias
Saindo das minas sujas e úmidas
E entrando nas florestas escuras
Com mantos negros e adagas pratas
Buscando na luz do fogo a cura
Carbonários, eles tem o que precisam
Para a madeira, serra e machado
E nas outras horas, nas cidades
Modelam o povo com todo cuidado.
Enquanto isso, nas catedrais
Gravando suas marcas nas colunas
Vestindo aventais e portando ferramentas
Com nível e prumo a obra se consuma
Maçons, seus dias dividem-se em três
Trabalho, descanso e sociedade
Constroem templos à virtude
Que nos homens livres invade.
Em outro lugar, sobre livros e vidros
Lendo páginas, misturando líquidos
E usando capuz, anéis e amuletos
Fazem as lições dos tratados lidos
Alquimistas, eles estudam e pesquisam
Seja química, física, biologia ou magia
Seguem à procura da Pedra Filosofal
E os segredos que ela encerraria
Transformar carvão em diamante
Transformar pedra bruta em polida
Transformar chumbo em ouro
É ter na evolução o sentido da vida.
Seja carbonário, maçom ou alquimista
É a transformação o principal fim
Não de tais materiais que se avista
Mas do homem que enxerga dentro de si.
Kennyo Ismail
por Kennyo Ismail | ago 18, 2011 | Poesias
E agora, meu Irmão?
O mestre morreu,
A palavra se perdeu,
A obra parou.
E agora, meu Irmão?
Os assassinos sumiram,
A busca não vinga
O salário atrasou.
E agora, meu Irmão?
Acharam os traíras,
Encontraram a acácia
Que o corpo ocultou.
E agora, meu Irmão?
A carne se desprende,
Os ossos se rompem
A vida dele acabou.
E agora, meu Irmão?
Nós que tanto lapidamos,
Que tanto forjamos,
Que tanto polimos,
Que tanto esculpimos,
E agora, meu Irmão?
Estamos sem mestre,
Estamos sem Palavra,
Estamos sem obra acabada,
Estamos sem paz no coração,
E agora, meu Irmão?
Se não há trabalho sem guia,
Se não há salário sem trabalho,
Se não há descanso sem salário
Se não há canção sem descanso?
Vamos continuar trabalhando.
E o templo será acabado,
A palavra será encontrada,
Novos mestres serão eleitos
E a memória do mestre preservada.
Mas e depois, meu Irmão?
Não podemos parar, nunca.
Para que sempre exista
trabalho, descanso,
salário e evolução.
Concluiremos o Templo de Salomão.
Kennyo Ismail