Orgulho de ser maçom

Orgulho de ser maçom

Colares pesados,

Comendas Coloridas,

Aventais dourados,

Títulos gigantescos

E termos de tratamento.

O vil não o encantava ou enganava.

Tampouco as homenagens lhe agradava.

“Eu sou isso ou aquilo” não lhe dizia nada.

“Eu sou quem sou” era no que ele pensava.

Porque trabalho voluntario requer vontade e não cargo.

Fraternidade demanda sincera amizade e não falsa autoridade.

E uma escola de moralidade deve prover aprendizagem em vez de culto a imagem.

Afinal, o poder existe para servir e não para mentir.

E antes de ser “Grão” ou “Grande”… precisa-se ser Mestre… de seus próprios defeitos.

Pois para se discutir reconhecimento faz-se necessário conhecer a si mesmo.

Então, quando o avental branco for o principal paramento;

E a iniciação for a principal cerimônia a recordar;

Ele e seus irmãos poderão sentir o ápice do orgulho de serem maçons.

Orgulho esse tão ofuscado pelo brilho das vaidades e o grito horrendo dos tristes fatos aqui ocultados.

AOS GRANDES VULTOS DA ORDEM NO BRASIL

Ah, se eu tivesse o misticismo de Da Camino…

Me elevaria pela fumaça aromática do incenso,

Diagnosticaria a Loja pela chama de suas velas,

Enxergando exatamente o status da sua egrégora!

 

Ah, se eu tivesse o ceticismo de Castellani…

Não teria lido as obras de Da Camino,

Nem me importado com o cheiro do incenso,

Ou a chama da vela e sua maldita egrégora!

 

Ah se eu tivesse a disciplina de Prober…

Teria referências o bastante para, quem sabe,

Não pender para Da Camino ou Castellani,

Que seguiram caminhos tão opostos da mesma Ordem!

 

Ah, se eu tivesse o intelecto de Aslan…

E a conta bancária de Veneziani,

Teria comprado a biblioteca de Prober

E dispensado os livros da Pensamento e da Madras!

 

Ah, se eu tivesse a reputação de Carvalho…

Rasgaria o verbo em cada palestra dada

Sobre a decadência da Ordem e a culpa dos Grão-Mestres

Sem medo de ser expulso, talvez apenas de ser ignorado!

 

Ah, se eu tivesse o humor de João Guilherme…

Sua sagacidade e habilidade com o lápis,

Faria tirinhas noite e dia de Veneziani e Marcos José,

Porque a Maçonaria, acima de tudo, também é alegria!

 

Mas não tenho tais virtudes e recursos…

Tenho apenas admiração por esses vultos,

Apesar de tão diferentes, irmãos cultos,

Nos ajudando na lapidação da pedra, diuturnos!

ARITMÉTICA SAGRADA

Sinto o vento frio batendo

Em meu peito descoberto

Confrontando com as batidas

Deste sofrido, porém leve coração.

 

E esse vento traz consigo

Algo tão silencioso e frio

Quanto seu desconhecido guia:

Um gélido metal pontiagudo me fere.

 

Mantenho-me firme na aparência

E abalado nas entranhas

Pois só tenho o breu à minha frente

E meu ouvido como companhia.

 

Minto, Deus também está comigo

Esses, ouvido e o Pai, tenho certeza

E ambos me guiam, de um jeito ou de outro

Nesta aventura cheia de surpresas.

 

Mas como nunca vi meu ouvido

Nem mesmo o nosso Criador

E estou certo de suas existências,

Posso estar errado em pensar em um trio.

 

Meu ouvido e Deus

Ambos estão dentro de mim. Eu sinto.

E o que há de fora? Me pergunto.

Meu ouvido me diz que há muitos.

 

Passo a prestar atenção nas palavras

Tão solenes, não são ditas em vão

Eles me falam sobre… Deus!

O mesmo que sinto aqui, dentro.

 

Então, uma luz brilha em minha mente

Enquanto o breu finda e os olhos abrem:

Se o Deus que habita em mim, habita neles

Eu não estava em trio, porque todos somos UM.

ACEITOS

Ternos negros em noites tranquilas

Ou mesmo inquietas pela chuva ou vento

Lâminas opacas de espadas antigas

Mas tirar uma vida não é o intento.

 

Madeiras antigas de móveis em triângulo

De tempo e de incenso aparenta o cheiro

Contrastam com pisos de pedras polidas

Que refletem um belo céu de brigadeiro.

 

Peças de couro, brancas como lírios

Distinguem homens de lobos e meninos

Enquanto palavras ditas em tom ameno

Citam Aslan, Prober, Castellani e Camino.

 

Antigo e Aceito é chamado o trabalho

Antigos móveis, paramentos, livros, espadas

Aceitos, homens livres e de bons costumes

Seu símbolo: a águia bicéfala coroada.

 

Kennyo Ismail

A ARCA EM SEU ASSENTO

A obra se inicia com força e vigor

Minhares de Tiro estão ao seu dispor

Até gênios vem para os quadros compor

Da construção da Casa do Senhor.

 

Ferro, cobre, ouro e prata

Para financiar a empreitada

Azeite, vinho, trigo e cevada

Para Tiro e sua aliança sagrada.

 

Pedras entalhadas ao longe

Em pedreiras além do horizonte

No ocidente, onde o sol se esconde

E levadas para o Santo Monte.

 

Paredes suspensas sem qualquer ruído

Com madeira de cipreste o piso foi construído

Nas paredes, cedro cuidadosamente esculpido

De ouro o teto foi totalmente revestido.

 

Então, o tão esperado momento

Arraigado de tamanho sentimento

Salomão alcançou o seu intento:

A Arca é posta em seu assento.

YORKISTAS

O templo está protegido
São membros todos os presentes
Os oficiais estão em seus postos
E eles sabem seus deveres.

 

A Loja pode ser aberta
Na devida forma, pelo Altar
Com a abertura do Livro, onde
O Esquadro e Compasso irão descansar.

 

Com as bençãos do Grande Arquiteto
Vamos seguindo em frente
Após a apreciação da ata
Decifra-se o expediente.

 

Se há propostas, são discutidas
Alguma instrução é concedida
E um momento de estudo não pode faltar
Para completar a Ordem do Dia.

 

Então os pensamentos são voltados
àqueles em doença ou aflição
E a palavra é concedida
Conforme o pedido de cada Irmão.

 

Por fim, os trabalhos são encerrados
Assim como haviam sido abertos
O Livro Sagrado é fechado
E todos observam ângulos retos.

 

Ide em paz, meus Irmãos
E esperamos revê-los
Em nossa próxima reunião.