ESQUADRANDO A PUBLICAÇÃO “MAÇONARIA de A a Z”

ESQUADRANDO A PUBLICAÇÃO “MAÇONARIA de A a Z”

Recentemente o portal “Terra”, em sua área sobre esoterismo, publicou um infográfico intitulado “Maçonaria de A a Z”, de autoria de Monica Buonfiglio. Apesar da iniciativa louvável, algumas informações contidas no material estão erradas:
A – a acácia não representa a inocência, e sim a imortalidade da alma.
B – a coluna Boaz nem sempre é na esquerda. Depende do rito. Já no caso do “bode”, esse costume do povo cochichar os pecados ao bode nunca existiu. Era o Sumo Sacerdote de Israel que, uma vez por ano, confessava os pecados do povo a um bode, o qual era enviado ao deserto para morrer, enquanto outro bode era sacrificado no templo. Entretanto, isso nada tem com a relação Bode & Maçonaria.
C – a Coluna do Templo de Salomão não se chamava Joab, e sim Jaquim. A corda do teto não tem 12 nós, e sim 81. Também não está presente em todos os ritos.
E – a estátua da liberdade não representa a deusa Sophia, e sim Marianne.
G – os três primeiros graus não são “obrigatórios”. Isso não existe. O mais adequado seria dizer que eles são “comuns” a todos os ritos.
H – o Hino não é sempre tocado na abertura dos trabalhos. E não é em todos os Ritos e Obediências que a bandeira fica na entrada do templo, pelo contrário.
J – Jabulon não é nome de Deus na Maçonaria que, de forma geral, O chama de “Grande Arquiteto do Universo”.
L – O recebimento dos dois pares de luvas não está presente em todos os ritos.
M – malhete e maço são coisas completamente diferentes.
O – Os ossos e crânio não estão presentes na iniciação em todos os ritos.
P – o termo “Pedreiros Livres” não era porque eram homens livres de pensamento. O termo era usado porque eram profissionais com liberdade para viajarem e desempenharem suas funções.
R – Ser casado não é um requisito para ingressar na Maçonaria. Nem todas as Lojas têm reuniões semanais, algumas são quinzenais ou até mensais.  Na lista dos ritos, esqueceram do Rito Brasileiro e do Ritual de Emulação, também praticados no Brasil. Além disso, a Maçonaria Universal não se restringe apenas a esses, pois há dezenas de outros ritos e rituais que, apesar de não serem praticados pela Maçonaria Regular Brasileira, são praticados em outros países.
U – a letra U não é sagrada pros maçons. Se tivesse que destacar uma letra, com certeza seria a “G”.
X – não é em todos os ritos que os templos têm pavimento mosaico.
Y – o rito de York foi fundado nos EUA em 1797, e não em 1799.
Z – nem todos os templos têm as colunas zodiacais.
ESQUADRANDO O LIVRO: “O SÍMBOLO PERDIDO”

ESQUADRANDO O LIVRO: “O SÍMBOLO PERDIDO”

O tão comentado livro “O Símbolo Perdido” de Dan Brown tem seu enredo construido sobre a Sublime Ordem Maçônica, com olhar especial sobre o Rito Escocês. O ápice da trama ocorre no Templo do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Jurisdição Sul dos EUA, localizado em Washington-DC.

Se a leitura é interessante aos não-iniciados na Maçonaria, se torna ainda mais interessante aos maçons. Dan Brown não mediu esforços em suas pesquisas, e suas explanações bem construídas conseguem levar a mente daqueles que são adeptos do Rito Escocês para dentro das reuniões e ritualísticas ali mencionadas quase que como numa realidade virtual.
Porém, é natural que alguns erros sejam cometidos, talvez até mesmo com a intenção de que a ficção se tornasse ainda mais interessante. Essas são algumas das informações erradas sobre a Maçonaria que estão presentes no livro:

  • O livro deixa a entender que existe apenas um Supremo Conselho do REAA para todos os EUA, com sede em Washington,DC. Na verdade, há dois Supremos Conselhos do REAA regulares nos EUA, conhecidos como “da Jurisdição Sul” e “da Jurisdição Norte”. Os EUA são o único país onde essa exceção é permitida. Parte da trama ocorre no Supremo Conselho “Jurisdição Sul”, que é o primeiro e o maior do mundo em número de membros.
  • O dirigente do Supremo Conselho do REAA é o “Soberano Grande Comendador”. No livro consta como “Supremo Venerável Mestre”.
  • Ao contrário do que consta no livro, o Grau 32 não é concedido em Loja Maçônica. Apenas os Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre são concedidos em Loja. Os demais graus do REAA são concedidos em Loja de Perfeição, Capítulo Rosa-Cruz, Conselho Kadosh e Consistório. No caso do Grau 32, o mesmo é concedido num Consistório.
  • O emblema do Rito Escocês é a águia bicéfala, enquanto que em certa parte do livro consta como a Fênix. 
  • O anel do Grau 33 tradicionalmente é composto pela união de 3 aros da mesma largura, tendo sobre eles um triângulo com a inscrição interna “33”. O livro descreve o anel como tendo uma “fênix bicéfala” segurando uma faixa com os dizeres “Ordo ab Chao” 

De qualquer forma, “O Símbolo Perdido” é lazer garantido a todo bom maçom em busca de prazer na leitura. Prepare-se para se identificar com o conteúdo e se envolver com a estória, além da vontade de estar entre Colunas a cada capítulo concluído.

ESQUADRANDO O LIVRO: “OS FIOS DA MEADA”

ESQUADRANDO O LIVRO: “OS FIOS DA MEADA”

Certo dia, um valoroso Irmão proferiu na Sala dos Passos Perdidos o seguinte questionamento:
“Com tantas informações divergentes de autores de nossa literatura maçônica brasileira, há algum autor ou obra que se pode confiar?”
Por sorte, existem algumas obras que merecem nossa atenção.
Quando se trata de Rito Escocês, um dos problemas que se vê no Brasil é que os principais autores simplesmente não eram membros do Supremo Conselho regular do Rito Escocês no Brasil: o “Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil”, sediado em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Por esse simples motivo, as portas dos Supremos Conselhos regulares de todo mundo, incluindo seus materiais litúrgico, ritualístico e arquivos, estiveram sempre fechadas para esses autores. Portadores de vasta literatura, porém pobres de conteúdo “direto da fonte”, suas fontes eram parciais ou mesmo apócrifas. Assim reinou nessas obras, apesar de algumas verdades, a divulgação de muitos “achismos”.
Fugindo dessa regra, temos o livro “Os Fios da Meada”, do Irmão João Guilherme C. Ribeiro. Alguns anos atrás o Irmão João Guilherme aceitou um interessante desafio do regular Supremo Conselho do REAA: desenhar os painéis dos 33 graus. O Irmão João, não somente extremamente inteligente como também um excelente profissional, aprofundou-se de sobremaneira em sua pesquisa para a execução da missão da forma mais Justa e Perfeita. Portador de uma visão holística da Maçonaria, visto ter sido iniciado no Rito Escocês, introduzido o Ritual de Emulação no âmbito da GLMERJ e ser o tradutor dos Rituais do Rito de York para o português, o Irmão João Guilherme conseguiu reunir vasto material e dados verídicos que, não bastasse ser o necessário para a conclusão dos 33 painéis, serviu de combustível para a elaboração desse livro tão objetivo e esclarecedor.
Os Fios da Meada” é uma obra repleta de ilustrações e citações, promovendo através dessas uma viagem histórica do Rito até os dias atuais em solo brasileiro. A obra conta ainda com prefácio de ninguém menos que o Soberano Grande Comendador, Irmão Luiz Fernando Rodrigues Torres, o que dá à obra seu devido valor como literatura confiável e pronta para ficar na história do Rito Escocês no Brasil.

O livro pode ser adquirido no site “Arte da Leitura“, assim como “O Livro dos Dias”, uma espécie de agenda maçônica com os registros dos principais fatos históricos da maçonaria mundial, e o Almanaque “Engenho & Arte”, contendo interessantíssimas matérias maçônicas para o deleite dos Irmãos.