por admin | mar 16, 2016 | Crítica literária
No mês passado foi lançado o livro O CRIME DA MAÇONARIA, do Mui Respeitável Irmão Cassiano Teixeira de Morais, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal – GLMDF.
Trata-se de um pequeno romance policial, cuja história gira em torno da investigação por um profano de um suposto suicídio de um maçom. E, para solucionar o caso, ele precisa conhecer um pouco mais da Maçonaria, seus objetivos e simbologia.
A ótima qualidade gráfica é condizente com a qualidade da obra, escrita em linguagem fácil, mas sem abrir mão do valor literário. As imagens e quadros contidos no livro colaboram para o melhor entendimento da estória, assim como o estilo de escrita do Irmão Cassiano consegue envolver e prender a atenção do leitor.
Conhecer um pouco dos templos maçônicos das Lojas jurisdicionadas à GLMDF é um bônus à parte.
Leitura recomendada a todo maçom que queira desfrutar de algumas horas de lazer aliado a uma boa pitada de conhecimento maçônico.
Os interessados podem adquirir exemplares pelo DeMolay Shop, e assim estarão também apoiando a Ordem DeMolay: http://www.demolayshop.com/impressos/livros/o-crime-da-maconaria.html
por admin | dez 30, 2015 | Crítica literária
Aos leitores interessados, já está disponível a edição brasileira do best-seller internacional “Freemasons for Dummies”, de Christopher Hodapp, que recebeu o título em português de MAÇONARIA PARA LEIGOS.
Essa obra é considerada o livro maçônico mais vendido no mundo atualmente, tendo sido traduzida para algumas línguas, como francês, alemão, holandês, romeno e até mesmo turco. E o Brasil, uma das maiores “pátrias maçônicas” do mundo, atrás apenas dos EUA (sim, somos maiores que a Inglaterra), demorou, mas acaba de ganhar sua edição.
Tive o prazer de ter sido convidado pela editora Alta Books para fazer a revisão técnica e escrever a Apresentação da edição brasileira, convite esse que muito me honrou e, após aceito, mostrou-se um grande desafio, considerando o peso e relevância dessa obra.
Durante a revisão técnica, foi possível apresentar algumas peculiaridades maçônicas brasileiras que contrastam com as americanas, contidas na obra, de forma ao leitor brasileiro poder enxergar essas duas “Maçonarias” que, apesar de conectadas, são tão distintas.
E, apesar do título sugerir que se trata de uma leitura “para leigos”, posso garantir que suas quase 400 páginas têm informações inéditas até aos irmãos mais graduados e, portanto, recomendo que essa obra seja lida por todos os maçons, inclusive os mais experientes.
Para acessar a página do livro no website da editora, CLIQUE AQUI.
por admin | jan 5, 2015 | Crítica literária
O livro O LÍDER MAÇOM: como a Maçonaria tem formado líderes nos últimos séculos e colaborado para a felicidade da humanidade, teve seu pré-lançamento, em dez/2014, restrito aos membros do Círculo do Livro Maçônico da editora “A Trolha”, como já havia sido anunciado aqui no blog.
Agora o livro já está disponível aos demais interessados nas livrarias conveniadas e na Loja Virtual da editora A Trolha.
Contando com mais de 160 referências bibliográficas, a obra é resultado de uma pesquisa com aproximadamente 3.000 maçons, de todas as 27 Unidades Federativas do país e das três vertentes maçônicas brasileiras: GOB, CMSB e COMAB. Trata-se da primeira pesquisa social realizada em âmbito nacional sobre a Ordem Maçônica, e seus resultados foram surpreendentes.
Nas palavras do escritor e ilustrador maçom João Guilherme da Cruz Ribeiro: “Algumas de suas observações muitíssimo bem fundamentadas vão causar surpresa. Muita gente que repete asneiras sem fim vai levar bons sustos. E tudo é apresentado muito racionalmente, com método e sólidos alicerces. Irretorquível!”
por admin | set 10, 2013 | Crítica literária
Meus Irmãos, tenho que confessar que, ao verificar que o livro havia sido publicado pelo Clube de Autores, fiquei um pouco desanimado de abri-lo. Isso porque nutria um certo preconceito com livros publicados nesse modelo, visto que os que eu havia visto anteriormente eram… como posso dizer… um lixo. Eram livros que nunca seriam publicados por editoras sérias, mal elaborados, mal escritos.
Mas criei coragem e abri o livro. Abri como faço com todos os livros de Maçonaria e como acho que todos devem fazer: abri pelo final, e não pelo começo. Sim, tenho uma regra básica sobre livros de Maçonaria: se não há bibliografia, eu dificilmente perco meu tempo. E quando abri esse livro… uma surpresa agradável em forma de mais de 10 páginas de ótimas referências bibliográficas.
E essa surpresa não parou ali, sendo mantida página após página, capítulo após capítulo. Alguns leitores talvez podem se lembrar que em 2011 publiquei um texto aqui no blog alertando que a Loja Comércio e Artes não foi a Loja Primaz do Brasil e o GOB também não foi a Obediência Primaz do Brasil. Pois bem, o Irmão Ricardo Buchaul se aprofunda nesse tema de forma exemplar, não deixando espaço para dúvidas ao leitor livre e de bons costumes.
Essa obra é um compêndio de verdadeiras aulas de História do Brasil com uma visão rigorosa da participação ou não da Maçonaria na mesma. Deveria ser leitura obrigatória de cada maçom brasileiro, independente de grau, rito ou potência.
Parabéns, Irmão Ricardo Buchaul, pela obra de incontestável valor para a literatura maçônica brasileira. Nós, livres pesquisadores da verdade, agradecemos profundamente. Os interessados podem encontrar o livro no seguinte LINK.
por admin | ago 20, 2012 | Crítica literária

“O Nosso Lado da Escada” é a mais nova obra do Irmão João Guilherme da Cruz Ribeiro, um dos maiores intelectuais brasileiros sobre Maçonaria. João Guilherme é um dos pouquíssimos especialistas que tem conhecimento, bagagem e coragem para se aventurar a escrever sobre os dois lados da escada: Rito Escocês e Rito de York. Após presentear a Maçonaria Brasileira com sua obra “Os Fios da Meada”, que trata da complexa história do REAA e conta com apresentação do Soberano Grande Comendador, Luiz Fernando Rodrigues Torres, João Guilherme agora nos brinda com “O Nosso Lado da Escada”, primeiro livro no Brasil dedicado aos Graus Capitulares do Rito de York, também conhecidos como Real Arco.
O livro, repleto de excelentes ilustrações e escrito em uma linguagem descontraída e de fácil assimilação, apresenta a história do Real Arco norte-americano e detalhes históricos de cada um de seus quatro graus, discute sua liturgia, e conclui com um compêndio que responde as perguntas mais frequentes sobre o tema.
Trabalho que vem acabar com a ausência de livros sobre o Real Arco norte-americano em língua portuguesa, essa obra inaugura uma nova vertente na literatura maçônica brasileira, abrindo espaço para outras obras desse e dos demais segmentos do legítimo Rito de York no Brasil. Informações adicionais sobre o livro podem ser encontradas no site da Infinity Editora: www.artedaleitura.com
por admin | nov 3, 2011 | Crítica literária

Antes de mais nada, é importante registrar que José Castellani foi, sem dúvida, um dos maiores escritores sobre Maçonaria no Brasil. Um pesquisador sério, que muito pesquisou, escreveu e colaborou para o conhecimento maçônico, e por isso merece toda consideração e apreço da comunidade maçônica. As críticas feitas aqui são relativas à sua obra, “Maçonaria e Astrologia”, 3
a Edição Revisada, Editora Landmark, e ideias contidas nela, e não ao autor.
Vejamos alguns erros encontrados no livro:
ERRO 1
Às vezes, ao lermos alguns livros de Castellani, a impressão que dá é que, se você leu um, você leu 20% de todos. Isso porque parte do conteúdo de um parece estar sempre repetido nos outros.
Para verificar se eu não estava apenas “implicando” com os livros do autor, peguei um outro livro de sua autoria, intitulado “A ação secreta da Maçonaria na política mundial”. Não precisei procurar muito para descobrir que não se tratava de implicância, e sim de um fato real:
No livro “A ação secreta da Maçonaria na política mundial”, todo o Capítulo “Origens Históricas da Maçonaria” (páginas 13 a 20, Ed. Landmark) é IDÊNTICO ao Capítulo I da Parte II do livro “Maçonaria e Astrologia” (páginas 51 a 58 desta edição analisada), sem tirar nem pôr uma única vírgula.
Essa prática infelizmente parece sempre se repetir em suas obras. Seus livros são como colchas de retalhos.
ERRO 2
Na página 55 da referida edição, Castellani afirma que:
“(…) era patente o declínio das confrarias, no século XVI. (…) Estas, perdendo o seu objetivo inicial e transformando-se em sociedade de auxílio mútuo, resolveram, então, permitir a entrada de homens não ligados à arte de construir, não profissionais, que eram, então, chamados de maçons aceitos. (…) O primeiro caso conhecido de aceitação é o de John Boswell, lord de Aushinleck, que, a 8 de junho de 1600 foi recebido maçom – não profissional – na Saint Mary’s Chapell Lodge (Loja da Capela de Santa Maria), em Edimburgo, na Escócia.”
Em resumo, a visão apregoada por Castellani em, pelo menos, duas obras (com o mesmo texto, diga-se de passagem), é de que os maçons “aceitos”, ou seja, os “especulativos”, só surgiram na Maçonaria no final do século XVI. Porém, a Carta de Bolonha, documento histórico indiscutivelmente legítimo, comprova que, já no século XIII, havia pelo menos 10 maçons “aceitos” na Maçonaria de Bolonha.
ERRO 3
Sobre o nascimento da Primeira Grande Loja (pág. 56), há a seguinte afirmação:
“A admissão, em 1709, do reverendo Jean Théophile Désaguliers, nessa Loja, em cerimônia realizada no adro da Catedral de São Paulo, (…).”
Não existe qualquer literatura que confirme tal afirmação. Toda a literatura dá conta de que as primeiras menções sobre Desaguliers na Maçonaria se dão quando de sua eleição para Grão-Mestre. Por conta disso, Albert Mackey, um dos mais célebres pesquisadores e escritores maçons, registrou em seu livro “História da Maçonaria” que acredita que Desaguliers, Payne e Anderson foram iniciados imediatamente antes ou depois da criação da Grande Loja da Inglaterra (1717), já com o papel de serem líderes da mesma.
ERRO 4
Sobre a fusão da Grande Loja dos Antigos com a dos Modernos (pág. 64), Castellani escreveu:
“Em 1813, superadas todas as velhas rixas, os “Antigos” uniam-se aos “Modernos”, constituindo a Grande Loja Unida da Inglaterra (United Grand Lodge of England), que resolveu trabalhar segundo as normas ritualísticas dos “Antigos””.
Na verdade, quando da fusão das duas Grandes Lojas Inglesas, foi criada uma “Loja de Reconciliação”, no dia 07/12/1813, com o objetivo de definir as novas diretrizes ritualísticas. O resultado privilegiou os Modernos. As diretrizes firmadas pela Loja de Reconciliação foram adotadas pela Emulation Lodge of Improvement, fundada em 1823, quando da criação de seu ritual próprio, com poucas modificações.
O Ritual de Emulação é adotado pela maioria das Lojas Inglesas, mas não é o único, visto que cada Loja tem o direito de elaborar seus próprios procedimentos, desde que não fira as diretrizes da Grande Loja Unida da Inglaterra. A GLUI adota o Ritual Emulação em suas reuniões.
ERRO 5
O Capítulo III é sobre os Ritos Maçônicos. O primeiro Rito indicado por Castellani nessa obra é: “Rito de Emulação, ou de York” (pág. 68).
Em primeiro lugar, Emulação NÃO É rito. Emulação É ritual. Esse foi um erro extremamente grosseiro, pois o próprio Castellani inicia esse Capítulo explicando a diferença entre Rito e Ritual.
Em segundo lugar, é impossível misturar e confundir Emulação com York. O “RITUAL de Emulação”, composto apenas dos três graus simbólicos, nasceu após a fundação da “LOJA Emulação”, ou seja, ano de 1823. Já o RITO de YORK é composto por 13 graus e foi publicado nos EUA, em 1797, por Thomas Smith Webb, ou seja, pelo menos 26 anos antes.
ERRO 6
Ainda no pequeno capítulo dedicado aos Ritos Maçônicos, Castellani afirma:
“(…) o mais conhecido do público em geral, ou seja, dos não iniciados, é o rito que introduziu os Altos Graus maçônicos, acima do de Mestre Maçom: o chamado Rito Escocês Antigo e Aceito (…)”
Ledo engano. O Rito Escocês Antigo e Aceito tem como “data de nascimento” o dia 31 de Maio de 1801, quando foi fundado o 1o Supremo Conselho do mundo, em Charleston, Estado da Carolina do Sul, EUA. O Rito Escocês, composto de 33 graus, teve por base o Rito de Heredom, também conhecido como Rito de Perfeição, composto por 25 graus. Vê-se que o Rito Escocês já tomou por base outro Rito que já possuía Altos Graus. O próprio Rito de York, composto de 13 graus e publicado nos EUA em 1797, já estava em pleno funcionamento e possuindo 10 Altos Graus. A verdade é que, antes do Rito Escocês ser formado, existiram mais de uma centena de Ritos Maçônicos compostos por graus simbólicos e superiores.
ERRO 7
Mantendo a atenção sobre os Ritos, foi encontrado no livro o seguinte erro sobre o Adonhiramita: “O Rito Adonhirmaita surgiu em 1782, na França (…)”.
Ora, sejamos justos com o Rito Adonhiramita: a data de seu surgimento não é exata, mas sabe-se que o Rito surgiu, pelo menos, em 1744. Em 1782, ano que Castellani afirma que o Rito surgiu, ele já estava sofrendo sua decadência, sendo aos poucos abolido da França por conta do surgimento do Rito Moderno (1773).
ERRO 8
No Capítulo I da Parte III, referente ao Templo Maçônico (a partir da página 81), Castellani esqueceu de mencionar que um Templo Maçônico varia, e muito, de um Rito para outro. É dada grande atenção nessa obra aos detalhes da Abóbada Celeste, a Corda de 81 nós e as 12 Colunas Zodiacais, símbolos esses presentes num Templo do Rito Escocês, por exemplo, mas não presentes nos Templos de outros tantos Ritos. Informação essa importante, mas inexistente na obra.
ERRO 9
No Capítulo II da Parte III, que trata da Escala Iniciática (pág. 93), há uma outra omissão no mesmo sentido da anterior. Castellani registra que:
“(…) o candidato – como em outras instituições iniciáticas muito antigas, inclusive religiosas – fica encerrado, durante algum tempo, num compartimento isolado, como uma caverna, de onde ele sai, num determinado momento do ritual iniciático, como se saísse do útero para a luz. Em Maçonaria, esse compartimento é a chamada Câmara de Reflexão, onde o candidato permanece em meditação, antes de ser conduzido ao templo, para a cerimônia de iniciação.”
A Maçonaria não se restringe aos Ritos franceses e seus derivados. No Rito de York, Rito Schroeder e Ritual de Emulação, praticados no Brasil e em várias partes do mundo, o que existe é uma Sala de Preparação.
ERRO 10
No Capítulo III da Parte III, cujo título é “Os Cargos em Loja e os Sete Planetas”, o autor afirma:
“Embora existam variações, de acordo com o rito adotado pela Loja, alguns cargos são, geralmente, comuns a todos os ritos. São eles: DIGNIDADES:
Um Venerável Mestre, que é o presidente da Loja; um 1o Vigilante, que é o primeiro vice-presidente; um 2o Vigilante, que é o segundo vice-presidente; um Orador, que é o representante do Ministério Público maçônico em Loja, o guarda e defensor da lei; um Secretário, a quem compete lavrar as atas das reuniões e organizar o expediente.”
Relevando o erro de acrescentar o Secretário como uma Dignidade, algo com certeza não unânime a Ritos e Obediências, Castellani fez o favor de citar logo o ORADOR em sua lista. Ao contrário da afirmação, talvez o Orador seja o cargo mais INCOMUM a todos os Ritos, pois não existe no Rito de York, Rito de Schroeder e Ritual de Emulação. Mais uma vez, parece que Castellani só considera a existência dos Ritos “latinos”.
CONCLUSÃO
Apesar do livro conter partes copiadas de obras anteriores, além de alguns erros históricos e conceituais que, de certa forma, desprestigiam o maçom adepto de outro Rito que não o Escocês, trata-se de obra interessante, muito bem escrita (como todas do mesmo autor), e que vale como fonte de lazer e aprendizagem, bastando que o leitor tenha o devido senso crítico durante sua leitura.